Todos a bordo: relato do século XIX é inspiração aos aventureiros
Durante essas visitas ao Brasil, eu havia conhecido o doutor Pereira, proprietário e editor do Jornal do Commercio, e, pouco depois de atracar seguramente o Spray à distância de um mastaréu, o doutor, que era um grande entusiasta do iatismo, veio me visitar e me levou, através da lagoa, até sua casa de campo. A chegada à sua mansão pela água foi escoltada por sua armada, uma frota de barcos que incluía um sampan chinês, um pram norueguês e um dóri Cape Ann, este último resgatado do Destroyer. O doutor me ofereceu muitos jantares de boa comida brasileira, a fim de que eu, como ele disse, “partisse gordo” para a viagem; mas ele acabou percebendo que, na melhor das hipóteses, eu engordava lentamente.
(Sozinho ao redor do mundo, p. 66)
Além de ser uma história contada pelo primeiro circunavegador solitário da história, Sozinho ao redor do mundo é uma daquelas leituras para concluir sem interrupções, uma narrativa que irá despertar a vontade de também cruzar o mundo. Aos amantes de viagens e dos mares, Slocum faz um convite ao descrever o mar, as ondas e todas as culturas e lugares que conheceu ao redor do globo. Ficha técnica: Título: Sozinho ao redor do mundo Autor: Joshua Slocum Tradução: Alexandre Barbosa de Souza Editora: Edipro Páginas: 240 Sobre o autor: Joshua Slocum foi um marinheiro experiente. Nascido no Canadá, se estabeleceu em São Francisco aos 25 anos adotando a cidadania estadunidense. Aos 12 anos iniciou sua carreira como aprendiz de marinheiro em embarcações de pescadores na Nova Escócia, Canadá. Já aos 16 anos partiu para a Inglaterra e passou a trabalhar no transporte carvão e de cereais para os Estados Unidos até se tornar chefe de tripulação. Esteve no Brasil em 1887 quando sua embarcação naufragou na costa do Paraná. Retornaria ao país em 1909 para uma navegação pela Amazônia, quando acabou desaparecendo no Rio Orinoco.