Setor de serviços cresce 0,7% em junho, diz IBGE
O setor de serviços cresceu 0,7% entre maio e junho. É a segunda alta seguida do setor, que acumula ganho de 2,2% desde março, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada na última quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, o setor está 7,5% acima do patamar de fevereiro de 2020, antes do início da pandemia da Covid-19, e 3,2% abaixo de novembro de 2014, resultado recorde da série histórica.
A recuperação do setor de serviços é importante para a geração de empregos e o crescimento do país, já que responde por cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Pierre Souza, professor de Finanças Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), comenta a retomada do setor.
“Foi o setor mais impactado pela pandemia, naturalmente, porque foi aquele em que as pessoas foram impedidas de trabalhar. Mas é o setor, agora, que mais se supera, porque as pessoas estão voltando a consumir, a circular”, explica.
O setor concentra a maior proporção de pequenos negócios da economia, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Metade dos Microempreendedores Individuais (MEI) do país são do setor de serviços, assim como quatro a cada dez micro e pequenas empresas. Isso tem relação direta com a geração de empregos, já que 70% das novas vagas do primeiro semestre deste ano vieram das MPE.
Das cinco atividades que compõem a pesquisa, quatro cresceram em junho. O segmento de transportes, com alta de 0,6%, foi o que mais influenciou a alta geral. Segundo Luiz Almeida, analista da pesquisa, o segmento está 16,9% acima do patamar pré-pandemia. Uma das principais causas para o desempenho é o crescimento do transporte de cargas devido às vendas online durante a pandemia.
Já o segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares subiu 0,7%, com destaque para as atividades relacionadas à organização, promoção e gestão de feiras, congressos e convenções; atividades técnicas ligadas à arquitetura e engenharia; serviços de engenharia; e vigilância e segurança privada.
O segmento de “outros serviços” cresceu 0,8%, puxado pela melhora das atividades das corretoras de títulos e valores mobiliários e administração de fundos por contrato ou comissão. Os serviços prestados às famílias registraram alta de 0,6%. Destaque para as atividades de artes cênicas e espetáculos e a gestão de instalações esportivas. Já o segmento de informação e comunicação caiu 0,2%. Foi o único a recuar na passagem de maio para junho, segundo a pesquisa.
Das 27 unidades da federação, dez registraram aumento no volume de serviços entre maio e junho. Paraná (2,5%), Rio de Janeiro (2,4%) e Rio Grande do Sul (2,1%) lideraram. Os estados do Amazonas (-5,1%), Minas Gerais (-3%), Ceará (-3,8%) e Pernambuco (-2,4%) tiveram as quedas mais expressivas. (Fonte: Brasil 61)