Sarau Clandestinos na Toca
Os poetas do movimento Goiânia Clandestina vão ocupar o espaço do teatro da Cia Novo Ato, no Crimeia Leste, no próximo domingo, 9. Com o apoio da Lei Goyases do Governo de Goiás e patrocínio da Equatorial Energia, a movimentação faz parte do projeto #entocados 2 da A Toca Coletivo.
Seis poetas: Mazinho Souza, Baale, Helena, Rafael Vaz, Flávia Carolina e Thaise Monteiro prometem um evento cheio de energia e de poesia renovada que trata de nosso cotidiano ainda repleto de preconceitos contra os negros, mulheres, movimento lgbtqiapn+, dentre outras lutas.
O poeta Mazinho Souza que em 2017 foi um dos criadores do Goiânia Clandestina explica que o movimento surgiu da necessidade de mostrar uma nova produção poética em Goiânia que, até então, não tinha conquistado a mídia, mas já com grande público nos espaços alternativos da Capital.
“O movimento Goiânia Clandestina surgiu com a urgência da manifestação da poesia alternativa feita na cidade, através de um grupo de poetas ainda não publicados que urgia em manifestar a palavra. Surgiu em 2017 com a publicação da antologia clandestina que reuniu na época 22 poetas inéditos de Goiânia”, diz.
Mazinho explica que de 2017 para cá o movimento cresceu com a participação de outros poetas que viam no grupo um tipo de poesia que que falava a mesma língua deles, ou seja, uma poesia que busca dialogar com o cotidiano, com os movimentos periféricos, com a luta das pessoas negras, das mulheres de outros movimentos como o lgbtqiapn+.
“Na época não imaginávamos o que estava por vir. Nossa única vontade era ser lidos e poder expressar, mas após o surgimento do grupo vimos que em Goiânia havia essa demanda de uma arte que dialogava com a periferia e que houvesse representatividade de pessoas negras, lgbtqiapn+, mulheres etc. Acreditamos que o reconhecimento veio pelo diálogo que o Goiânia Clandestina faz com a cidade”, analisa.
Sobre a poesia produzida em Goiânia hoje, Mazinho diz que esta é diversa, com um cenário riquíssimo de poetas que trazem uma literatura comparada com a nova poesia produzida nos principais centros urbanos do Brasil, com foco em temáticas importantes e estética de escrita inovadora. “Acredito que Goiânia produz, atualmente, uma poesia com uma qualidade admiradora e de alto nível, comparável aos grandes centros urbanos e não vista em muitos estados”, conclui.