Radioembolização x Quimioembolização: entenda as diferenças entre os tratamentos para câncer de fígado
Os avanços em relação aos tratamentos para cânceres hepáticos aumentaram nos últimos anos, tornando as terapias mais personalizadas, combatendo os mecanismos da doença e assegurando mais qualidade de vida aos pacientes durante e após o tratamento. Um dos passos mais importantes da equipe médica é a escolha da intervenção; afinal, quanto mais rápida for, maiores são as chances de eficácia.
Em 2022, a projeção da Organização Mundial da Saúde (OMS), era que as mortes por câncer de fígado iriam aumentar 55% até 2040, ou seja, estima-se que 1,4 milhão de pessoas sejam diagnosticadas e 1,3 milhão percam a vida devido ao câncer de fígado nos próximos anos. A análise prevê que por ano haja um aumento de 500 mil casos ou óbitos.
Para o hepatocarcinoma, duas abordagens transarteriais (realizadas através de um cateter colocado na circulação arterial do fígado e injetada diretamente no tumor) podem ser mencionadas. A quimioembolização e a radioembolização, embora distintas, são alternativas importantes nos centros médicos, e a escolha entre as duas depende de alguns fatores como sua disponibilidade, tipo e estágio do carcinoma e a condição do paciente.
“A radioembolização é indicada apenas para pacientes com tumores hepáticos nos quais o fígado é o único ou principal local da doença. O procedimento injeta, na artéria hepática, milhares de microesferas contendo um isótopo radioativo (ítrio-90 ou Y-90) diretamente aos tumores, destruindo as células cancerígenas enquanto preserva os tecidos saudáveis ao redor”, explica o Dr. Felipe Nasser, médico radiologista intervencionista.
O tratamento está listado no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde (ANS), o que significa que todos os usuários dos planos de saúde no Brasil têm acesso à radioembolização para tratar o hepatocarcinoma.
“A quimioembolização, por outro lado, consiste no bloqueio da circulação que irriga o tumor combinado com a injeção de quimioterápicos diretamente nos vasos que nutrem o tumor”, continua Nasser.
Apesar de terem o mesmo objetivo final, as diferenças fundamentais desses possíveis tratamentos incluem o mecanismo de ação e como visam atingir as células tumorais. Dr. Nasser afirma que é imprescindível haver uma discussão detalhada, por meio de uma equipe multidisciplinar, para entender as opções disponíveis e individualizar o tratamento. “O objetivo principal dos tratamentos é o controle da doença, aumento da sobrevida e, em algumas situações, o reenquadramento para tratamento cirúrgico ou o transplante”, conclui o especialista.