Principais indicadores da indústria crescem em julho e confirmam recuperação do setor
Os indicadores que medem faturamento, emprego, massa salarial e rendimento médio da indústria de transformação cresceram em julho, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O resultado confirma a recuperação do setor, que foi o que mais expandiu no segundo trimestre do ano: 2,2%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Larissa Nocko, especialista em Políticas e Indústria da CNI, aponta que os indicadores de emprego e faturamento subiram pelo terceiro mês consecutivo. Além disso, o rendimento médio e a massa salarial dos trabalhadores industriais atingiram o ponto mais alto desde o início do ano.
“A pesquisa indicadores industriais trouxe um resultado positivo de forma geral, com a alta do faturamento, emprego, massa salarial e rendimentos médios. Essas variáveis podem ser interpretadas como evoluindo juntas. Então, o faturamento na indústria de transformação cresceu também em decorrência da recuperação do poder de compra e do aumento do emprego como um todo nas atividades econômicas”, avalia.
Segundo o levantamento, o emprego industrial avançou 0,5% em julho de 2022, na comparação com junho. É o terceiro mês seguido de alta, após duas quedas consecutivas, em março e abril. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a indústria teve um saldo positivo de 50.503 postos de trabalho em julho. No mês anterior, a diferença entre contratações e demissões foi de 41.722.
Nocko diz que o desemprego na indústria vem caindo durante o ano. “O mercado de trabalho se encontra bem aquecido e vem se recuperando de algumas perdas que aconteceram durante a pandemia. Essa recuperação se encontra em curso, não se completou, mas tem apresentado bons avanços ao longo do ano”.
Já o faturamento real da indústria de transformação subiu 1% em julho. Também foi a terceira alta em sequência do índice, que atingiu o maior valor em 2022. A CNI afirma que o faturamento está em trajetória de alta desde novembro do ano passado.
A massa salarial também cresceu no sétimo mês do ano: 1,3% acima do resultado de junho. A massa salarial está em seu maior patamar desde março de 2020, mês em que começou a pandemia da Covid-19. O rendimento médio real dos trabalhadores do setor subiu 1% e acumula alta de 2,8% entre junho e julho. O indicador não se apresentava tão positivo desde janeiro de 2021.
De acordo com a CNI, a melhora generalizada dos indicadores é consequência da recuperação do poder de compra das famílias, o que está impactando no consumo. Segundo o IBGE, o consumo das famílias cresceu 2,6% no segundo trimestre do ano. Apesar da alta na maioria dos indicadores, Nocko explica que os industriais ainda encontram problemas relacionados aos insumos, o que se traduz na Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que recuou 0,2%, e no número de horas trabalhadas na produção, que caiu 0,1%. (Fonte: Brasil 61)