Paulo Cezar defende desembargador e diz que é preciso separar bons e maus policiais militares
Em pronunciamento da tribuna da Assembleia Legislativa, na tarde desta terça-feira, 7, o deputado estadual Paulo Cezar Martins (PL) ao mesmo tempo que manifestou solidariedade aos policiais militares “que desempenham suas funções com retidão” em Goiás, afirmou que não se justifica o afastamento do desembargador Adriano Roberto Linhares, por ter feitos críticas direcionadas a um “parcela reduzida” de policiais que tem “demonstrado comportamentos inadequados, envolvendo abusos, agressões a cidadãos inocentes e desrespeito às prerrogativas”.
O deputado fez referência ao caso de um gerente comercial agredido na presença de seu filho e de uma mulher agredida pela PM, após pedir ajuda. Também citou relatos de advogados que teriam sido agredidos, “um deles tendo sido algemado e arrastado por policiais”.
Paulo Cezar citou que uma investigação está em andamento, na qual Policiais Militares foram presos sob a acusação de cometerem assassinatos, “incluindo o de uma mulher grávida e do ex-coordenador de campanha do próprio governador, que denunciava desvios”. Segundo ele, a gravidade de tais incidentes levou uma juíza a convocar mais dois colegas para analisarem o caso. “Até o momento, dez PMs estão sob custódia, suspeitos de envolvimento em um grupo de extermínio em nosso Estado”, afirmou da tribuna.
Paulo Cezar disse ainda que, nesse cenário, “é notório que o governador Ronaldo Caiado tenha optado pelo silêncio em relação a esses episódios, não se manifestando a respeito dos excessos cometidos pela Polícia Militar”. No entanto, disse o decano, o governador reagiu com firmeza às críticas do desembargador Linhares, “que, é importante ressaltar, tinham como objetivo chamar atenção para a necessidade de corrigir esses problemas internos”.
O deputado afirmou que a Polícia Militar de Goiás é uma “instituição honrada”, mas em qualquer outra profissão existem indivíduos que comprometem a integridade da corporação. “É crucial que reconheçamos a importância de identificar e afastar aqueles que desonram a farda e a missão da PM”, disse Paulo Cezar Martins.
Por fim, o deputado reafirmou sua solidariedade ao desembargador e afirmou que, embora suas críticas tenham sido infelizes, o afastamento cautelar de suas funções “não se justifica”. Citou ainda uma famosa frase de 1745 que diz: “Ainda há juízes em Berlim”. Por fim, a reafirmar seu apreço pelos policiais militares que desempenham suas funções com retidão, também destacou o trabalho do “respeitável desembargador, assim como todo o corpo da magistratura de Goiás”.
“Há algo preocupante acontecendo em nosso Cerrado, é nossa responsabilidade abordar essas questões de forma justa e respeitosa. Juntos, poderemos buscar soluções que promovam a justiça e a integridade em nosso Estado”, arrematou.