Pacientes do SUS terão acesso online a exames e receitas

 Uma das principais dificuldades para um atendimento mais ágil e seguro pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é o acesso ao histórico do paciente. Se ele é atendido numa determinada unidade básica de saúde e depois precisa recorrer a um pronto-socorro, ainda que estejam localizados na mesma cidade, o atendimento parece começar do zero, o que pode resultar em repetições desnecessárias de exames laboratoriais e medicamentos, entre outros procedimentos. Agora, essa forma de atendimento quase manual está chegando ao fim com a adoção pelo SUS da plataforma AGHU, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal vinculada ao MEC que administra 41 hospitais universitários federais em todo o país.

O termo de cooperação técnica para compartilhamento dessa tecnologia foi assinado hoje, 13, no auditório do MEC, pelo ministro da Educação, Camilo Santana, pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, pelo presidente da Rede Ebserh, Arthur Chioro, e por representantes do Conass e do Conasems. O presidente da Ebserh, Arthur Chioro, elencou os benefícios do AGHU para o funcionamento mais eficaz e eficiente do SUS. “Estamos falando de maior eficiência do gasto público, em que a economia gerada pode ser reaplicada na melhoria do atendimento de saúde para a população. Outro ponto importante é que o AGHU permite controle detalhado de estoque dos hospitais. O gestor pode saber a quantidade necessária, identificar carência de produtos e insumos, e assim ir controlando medicamentos de alto custo até a beira do leito, com diversos níveis de monitoramento passíveis de serem desenvolvidos e aplicados”, ressaltou.

O Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários, AGHU, já é utilizado nos 41 hospitais universitários federais da Rede Ebserh. Agora, pacientes, profissionais e gestores de saúde de outras entidades do Sistema Único de Saúde poderão usufruir dos benefícios dessa ferramenta, pois ela será disponibilizada, de forma gratuita e progressiva, para as instituições vinculadas ao Ministério da Saúde, ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e ao Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).

Modernidade

O ministro Camilo Santana descreveu o AGHU como o mais moderno dos sistemas hospitalares públicos do Brasil. “Agora, depois de assinado este acordo, teremos um segundo passo, que é a integração com as ferramentas das unidades básicas de saúde e hospitais de pequeno porte para que o SUS seja totalmente interligado”, disse o titular da pasta da Educação.

O documento prevê a instituição de um Comitê Estratégico do AGHU, que ficará responsável pela orientação quanto às diretrizes gerais de desenvolvimento e disseminação do aplicativo. Prevê, ainda, a criação de uma Comunidade de Desenvolvimento e Implantação do sistema, a disponibilização contínua da versão mais atual da ferramenta para os membros da Comunidade, a implantação de um serviço de suporte voltado aos hospitais e serviços especializados do SUS e, também, a ampliação da equipe de desenvolvimento do software.

“Por meio do acordo que estamos firmando hoje, trabalharemos para a disseminação da tecnologia aos hospitais e serviços especializados no SUS. O compromisso nosso é de fazer, de fato, a saúde digital ser um instrumento para o nosso Sistema Único de Saúde. E aproveitar a excelência do trabalho realizado pela Ebserh”, avaliou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Ainda de acordo com a titular da pasta da Saúde, a parceria entre os ministérios vai permitir a integração entre a atenção primária e a atenção especializada, garantindo, sobretudo, que os usuários tenham sua cidadania respeitada.

O que é o AGHU

A ferramenta é voltada para a gestão hospitalar com foco no paciente, sendo adotado como padrão para todas as unidades hospitalares da Rede Ebserh. Trata-se de um sistema dividido em módulos como internação, registro do atendimento ambulatorial, estoque com rastreabilidade, exames, cirurgias, prontuário eletrônico e outros. É, hoje, a maior plataforma hospitalar pública do Brasil, com uma base de 25 milhões de cadastros. Um paciente atendido em um hospital que utilize o sistema poderá ter seus dados disponibilizados para qualquer outra unidade do país com o AGHU. O compartilhamento do histórico de saúde pode ser a diferença para salvar vidas.

Sobre a Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

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