Mulher garante suspensão de financiamento feito para custear implantes após tratamento dentário ser mal sucedido

Um tratamento dentário mal sucedido fez com que uma mulher de 57 anos, moradora de Goiânia, garantisse a suspensão da cobrança de parcelas de um financiamento feito vinculado à clínica responsável pela prestação de serviço. A decisão da Justiça se deu em ação movida pela Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO). Dela ainda cabe recurso.

Segundo a defensora pública Bruna Gomide, titular da 7ª Defensoria Pública Especializada de Atendimento Inicial da Capital, “atualmente, a requerente padece com um serviço odontológico contratado não concluído, bem assim com um empréstimo bancário para pagar por um tratamento que não lhe trouxe benefício algum, e, em caminho completamente oposto, lhe trouxe somente angústia, sofrimento e dor”.

Os problemas da paciente começaram quando ela buscou a clínica em busca de um tratamento, que consistia na realização de restaurações. Na ocasião, um funcionário sugeriu que fosse realizado a colocação de implantes e que o procedimento poderia ser arcado por meio de um financiamento bancário (pelo Banco Votorantim S.A). Na expectativa de ter o tratamento realizado da melhor forma, ela firmou o contrato, intermediado pela própria clínica, no valor de R$ 4.495 para colocação de três implantes.

Vera passou pela cirurgia em 27 de julho de 2022 e 15 dias depois voltou até a clínica para a retirada dos pontos. No dia, a dentista constatou que a região ainda se encontrava bastante inchada. Nos dias seguintes a região começou a infeccionar e um primeiro implante caiu. Após um mês, os outros dentes implantados caíram enquanto ela realizava atividades do dia a dia em casa. A perda dos implantes foi relatada à profissional responsável pelo procedimento, mas ela apenas foi informada que era normal o organismo rejeitar os novos “dentes”.

Sem suporte por parte da dentista ou equipe da clínica para continuar com a prestação de serviço ou renegociar os débitos e cancelar o financiamento, a mulher recorreu à DPE-GO para garantir que o financiamento fosse cancelado, uma vez que o tratamento não foi concluído com êxito e as parcelas continuaram a ser cobradas.

“Os transtornos experimentados pela autora ultrapassam o mero aborrecimento de um cumprimento contratual, uma vez que teve suas legítimas expectativas com tratamento dentário frustradas, bem como passou por constrangimentos imensuráveis”, destacou a defensora pública.

Diante dos fatos expostos, a Justiça acolheu os pedidos da Defensoria e determinou que seja suspensa a cobrança das parcelas do financiamento e que os envolvidos compareçam em audiência de conciliação para dar prosseguimento ao processo. Fonte: DPE-GO

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