Mês da Mulher: 5 erros que as empresas cometem na gestão das colaboradoras mulheres

Por *Angélica Rebello

À medida que celebramos o Mês da Mulher, é fundamental refletir sobre os avanços conquistados em termos de igualdade de gênero no ambiente corporativo. No entanto, mesmo diante dessas celebrações, ainda enfrentamos desafios significativos na maneira como as empresas lidam com suas colaboradoras mulheres. Esses desafios não apenas refletem uma persistente desigualdade de oportunidades, mas também revelam lacunas na gestão e na promoção da diversidade e inclusão nas organizações.

É essencial reconhecer que a contribuição das mulheres para o mundo profissional vai além das datas comemorativas, sendo uma realidade presente em todas as esferas do mercado de trabalho. No entanto, muitas empresas ainda não adotam práticas eficazes para promover um ambiente inclusivo e igualitário para suas colaboradoras.

A ausência de políticas adequadas, programas de desenvolvimento profissional e estratégias de liderança inclusiva são apenas algumas das lacunas que perpetuam desafios para as mulheres no local de trabalho.

Diante desse cenário, é urgente discutir e analisar as questões que afetam diretamente as mulheres no ambiente corporativo, visando identificar oportunidades de melhoria e promover mudanças significativas.

Afinal, a verdadeira celebração do Mês da Mulher vai além de discursos e homenagens superficiais, exigindo ação concreta e comprometimento real com a igualdade de gênero e a valorização das contribuições femininas no mundo profissional.

Abaixo, listo alguns erros que as empresas cometem na gestão de colaboradoras femininas:

1. Desigualdade salarial e de oportunidades – Um dos erros mais graves que as empresas podem cometer é manter discrepâncias salariais e de oportunidades entre homens e mulheres. A disparidade salarial persistente é uma forma de discriminação de gênero que prejudica não apenas as colaboradoras mulheres, mas também a empresa como um todo, minando a confiança, a motivação e a produtividade da equipe.

As empresas devem realizar análises regulares de remuneração e promoção para garantir que todas as pessoas sejam compensadas de forma justa e tenham igualdade de oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional.

2. Falta de representatividade e participação em decisões – Outro erro comum é a falta de representatividade das mulheres em cargos de liderança e a exclusão delas das decisões importantes da empresa. A diversidade de gênero na liderança traz perspectivas únicas e promove uma cultura organizacional mais inclusiva e inovadora.

As empresas devem promover ativamente a participação das mulheres em todos os níveis de tomada de decisão e criar oportunidades para que elas contribuam com suas habilidades e experiências para o sucesso da organização.

3. Ambiente de Trabalho Hostil – A tolerância de um ambiente de trabalho hostil, sexista ou discriminatório é um erro grave que mina a moral, a confiança e o bem-estar das colaboradoras mulheres. Comentários, piadas ou comportamentos inadequados baseados no gênero criam um ambiente tóxico que pode levar ao assédio, à discriminação e à rotatividade de talentos.

As empresas devem adotar políticas claras de não tolerância ao assédio e à discriminação e oferecer treinamento regular sobre diversidade e inclusão para todos os colaboradores.

4. Falta de Suporte – Muitas mulheres enfrentam desafios únicos na conciliação entre trabalho e vida pessoal, especialmente aquelas que são mães ou cuidadoras. A falta de políticas e programas de apoio à conciliação pode levar ao esgotamento, à insatisfação e ao abandono prematuro da carreira.

As empresas devem oferecer benefícios como licença maternidade e paternidade estendida, horários flexíveis, creches no local de trabalho e programas de apoio à saúde mental para garantir que todas as colaboradoras possam equilibrar suas responsabilidades profissionais e pessoais de forma saudável e satisfatória.

5. Ausência de programas de desenvolvimento: Por fim, muitas empresas cometem o erro de não oferecer programas de desenvolvimento e mentoria específicos para as colaboradoras mulheres. A falta de oportunidades de desenvolvimento e orientação pode limitar o progresso profissional das mulheres e perpetuar o fosso de gênero na liderança.

As empresas devem implementar programas formais de mentoria, treinamento e desenvolvimento de liderança voltados para as mulheres, proporcionando-lhes as habilidades, o suporte e a orientação necessários para avançar em suas carreiras e alcançar seu pleno potencial.

*Angélica Rebello é CEO da Vetta Project, Gestora de Projetos e Business Analyst

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