Lúpus e exercício físico: benefícios e atividades indicadas

O dia 10 de maio é conhecido por ser o Dia Mundial do Lúpus, e o exercício é uma parte importante de cuidar de si mesmo e do seu bem-estar. Assim como todos os outros, sempre que possível, as pessoas com lúpus precisam se exercitar regularmente ou se envolver em algum tipo de movimento. É muito importante reconhecer que o lúpus afeta todos de forma diferente e, portanto, nem todos com lúpus podem fazer uma ampla gama de exercícios, mas a maioria das pessoas com lúpus pode participar de alguma forma de atividade.

Por isso, consultamos os especialistas da Allure Presses (@allurepresses) para explicar o processo, pois também é importante perceber que a quantidade de atividade que você pode gerenciar provavelmente flutuará como o seu lúpus, junto com a melhora da rotina.

Francisco Tostes (@doutortostes), médico atuante em endocrinologia e sócio do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), explica que o acompanhamento com uma equipe multidisciplinar possui um papel muito importante nessas três situações, mesmo que o Lúpus seja acompanhado por um reumatologista ou dermatologista, atualmente já sabemos que, por se tratar de uma doença autoimune, possui um caráter relacionado com a inflamação subclínica, e, dessa forma, a intervenção nutricional é benéfica.

Relação com a genética

De acordo com Alexandre Lucidi (@alucidi), médico geneticista atuante em Neurogenética e Neuroimunologia, existem mais de 100 loci com polimorfismos (raramente mutações ou números de cópias) que predispõem ao Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), bem como mais de 30 genes que causam formas monogênicas de LES ou fenótipo semelhante ao da doença. No entanto, essa informação genética é responsável por apenas 28% da suscetibilidade ao LES, sugerindo um grande componente de influências ambientais ou epigenéticas ou genes ainda não descobertos. Os fatores genéticos que conferem as taxas de risco mais altas estão relacionados ao complemento ou a presença de um gene que codifica a enzima endonuclease 1 que degrada o DNA.

A predisposição genética mais comum é encontrada no locus de histocompatibilidade. Ele contém genes para moléculas presentadoras de antígenos (antígenos leucocitários humanos classe I e moléculas HLA classe II.

Há outros genes com variantes predisponentes que envolvem a imunidade inata, a maioria dos quais associados às vias do interferon alfa

A maioria das influências genéticas é complexa e depende de polimorfismos e expressão gênica influenciadas por modificações epigenéticas.

Lincoln Cavalcante (@lincolncavalcante), personal trainer fundador da Neuro Performance EMS e criador do método TOP10Rounds, conhecido por treinar celebridades, pontua alguns fatos sobre o papel da atividade física para quem tem lúpus, confira:

Riscos e benefícios

Embora não haja cura para o lúpus, o estilo de vida faz toda diferença, e aos praticantes de atividade física tem mais benefícios dos que não praticam, para o controle dos sintomas e pela diminuição das crises.

A atividade física ajuda como coadjuvante no processo anti inflamatório, diminuindo dores articulares e menos fadiga muscular como os principais ganhos em pessoas que possuem lúpus.

Em relação aos riscos, devemos pensar no seguinte: O lúpus é uma doença inflamatória causada quando o sistema imunológico ataca seus próprios tecidos, podendo afetar articulações, pele, rins, células sanguíneas, cérebro, coração e pulmões. Sendo assim, no caso de algum órgão citado, esteja em crise, a duração e intensidade do exercício deverá ser dosada, a fim de não sobrecarregar o mesmo.

Portanto o risco é maior, pelo excesso da atividade física, e não pela realização do mesmo.

Como a prática de exercícios pode ajudar no tratamento e melhora da qualidade de vida? Quais são as atividades mais indicadas?

Os exercícios físicos em geral, aumentam a imunidade, e é o principal ponto que o praticante necessita, para melhora geral do estado de saúde, daquele que possui o lúpus, e deseja ter uma maior qualidade de vida.

Com a liberação de hormônios, de forma natural, com a prática esportiva, ou seja, de forma endógena (fisiológica), principalmente os que causam o bem estar e ajudam a relaxar como a dopamina e serotonina, são grandes coadjuvantes para potencializar a ação medicamentosa, podendo até diminuir a ingestão de remédios devido uma oferta natural de substâncias benéficas do próprio organismo.

Todo tipo de exercício é bem vindo, porém é claro, que toda progressão individual deve ser respeitada, e a prescrição individualizada de acordo com cada necessidade especial.

O lúpus pode apresentar diversos sintomas diferentes que podem ser desagradáveis. Existem exercícios que são específicos para cada sintoma, ou podem ser feitos de forma geral?

Não existe um tipo específico de exercício para o alívio dos sintomas do lúpus. O que existe, são as precauções para que os benefícios sejam maiores. Por exemplo:

– Treinar no sol não seria a condição ideal;

– A desidratação afeta ainda mais os que possuem os rins prejudicados com a doença;

– Exercício em extremo local gelado, não seria adequado para os que têm o pulmão afetado;

– Intensidade e volume elevado de exercício poderá reduzir a imunidade.

Portanto, o controle maior está nas precauções ambientais, intensidade e volume do treinamento.

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