Impacto do Status Socioeconômico no Desenvolvimento Cerebral dos Adolescentes: Um Estudo Revelador
Dr. Fabiano de Abreu Agrela, membro de instituições de renome como a Society for Neuroscience e a Royal Society of Biology, comenta sobre a relevância desses achados: “Este estudo destaca uma preocupação urgente com as desigualdades socioeconômicas e seus efeitos sobre o desenvolvimento neural durante uma fase crítica da vida.”
O estudo revela que adolescentes de SES (
status socioeconômico) mais baixo possuem uma resposta atenuada nas áreas do cérebro associadas ao prazer e à recompensa, especificamente no estriado. Essa menor reatividade não é apenas uma resposta biológica isolada, mas parte de um ciclo vicioso que diminui a motivação dos jovens para buscar experiências gratificantes e novas oportunidades.“A sensibilidade à recompensa durante a adolescência é crucial para o desenvolvimento de hábitos e tomadas de decisão saudáveis,” explica Dr. Agrela. “Se os adolescentes não recebem estímulos adequados devido a limitações socioeconômicas, eles estão em desvantagem significativa, o que pode afetar suas trajetórias de vida de maneira substancial.”
O estudo sugere que a interação entre o ambiente socioeconômico e a resposta cerebral pode contribuir para disparidades persistentes na sociedade. “Intervenções políticas e programas educacionais são necessários para mitigar essas desigualdades,” afirma Dr. Agrela. “É essencial que sejam criadas oportunidades que promovam experiências enriquecedoras para todos os jovens.”
A pesquisa enfatiza a importância de uma abordagem proativa para lidar com as desigualdades socioeconômicas, destacando a necessidade de políticas que assegurem o acesso equitativo a recursos que possam enriquecer a experiência e o desenvolvimento dos adolescentes. As conclusões deste estudo não são apenas um chamado à reflexão, mas um apelo à ação para todos os envolvidos no desenvolvimento e implementação de políticas educacionais e sociais.