Delegação do Níger é recebida na Guiné por representantes de junta militar local
Uma delegação formada por militares que tomaram o poder no Níger foi recebida pelas autoridades militares da Guiné, pedindo-lhes “um apoio reforçado para enfrentar os desafios que se avizinham”, informou a televisão pública local. Já na capital do Níger, Niamei, o primeiro-ministro ali Mahaman Lamine Zeine, apontado pelos militares, acolheu uma missão mediadora religiosa da Nigéria.
O chefe de Estado guineense, coronel Mamadi Doumbouya, cujo regime também emana de um golpe de Estado, dado em setembro de 2021, reuniu-se no sábado, em Conacri, capital do país, com a delegação chefiada pelo general Moussa Salao Barmou, acrescentou a mesma fonte.
O general Barmou disse ter ido “agradecer às autoridades guineenses pelo apoio prestado ao CNSP (Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, que assumiu o poder no Níger) nestes difíceis momentos que o Níger atravessa”.
A visita se deu no momento em que a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) tenta encontrar uma saída diplomática para a crise, apesar de ter ordenado na quinta-feira (10) o envio de uma “força de reserva”, visando a uma possível intervenção para restabelecer a ordem constitucional no Níger.
Em um comunicado no final de julho, a Guiné “manifestou sua discordância com as sanções recomendadas (contra Niamei) pela Cedeao, incluindo a intervenção militar” e “decidiu não aplicar essas sanções que considera ilegítimas e desumanas”.
O líder da junta da Guiné, coronel Doumbouya, que assumiu o cargo de presidente após derrubar Alpha Condé, prometeu devolver o poder aos civis eleitos em um prazo de dois anos, a partir de janeiro de 2023.
Mediação religiosa
Também no sábado, em Niamei, o primeiro-ministro Ali Mahaman Lamine Zeine, apontado pela junta, recebeu uma delegação religiosa wahhabita (originário do islamismo sunita) no aeroporto da capital nigerina. O grupo da Nigéria também se encontrou com o chefe da junta, Abdourahamane Tiani.
Os líderes tradicionais, em entrevista à TV nigeriana, elogiaram o teor das conversas com as autoridades do Níger. Já o novo premiê nigerino fez um apelo pelo fim das sanções que chamou de “desumanas e inaceitáveis”, a fim de permitir uma volta “à normalidade” no país. (com agências)