Construção é celeiro de oportunidades para quem tem pouca experiência

mpresas do setor, em sua grande maioria, oferecem capacitação dentro dos próprios canteiros de obras e quem aproveita as chances consegue, em pouco tempo, a ascensão profissional

Em 2023, a Construção Civil esteve entre os três primeiros setores econômicos no ranking de geração de vagas de emprego formal, registrando um saldo positivo de quase 159 mil novas vagas, o que significa um crescimento de 6,6%, frente ao ano anterior, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgados recentemente. Só no estado de Goiás, o saldo positivo no setor foi de mais de 3.500 vagas.

Além de ser tradicionalmente uma área que sempre oferece um grande número de oportunidades, a construção tem outra característica importante: ainda hoje é uma das principais portas de entrada no mercado formal de trabalho para quem tem baixa escolaridade ou pouca experiência profissional.

A observação é do gestor regional de produção da MRV em Goiás, o engenheiro civil Antônio Caio Ribeiro, que também destaca que as grandes construtoras e incorporadoras oferecem, em sua grande maioria, a capacitação dentro da empresa, e muitos trabalhadores da construção civil conseguem galgar em pouco tempo a ascensão profissional devido às várias funções que uma obra moderna exige hoje. “Hoje em dia essa capacitação é feita por nós mesmos. E aqui na nossa unidade da MRV em Goiás temos várias e belas histórias de superação e crescimento de pessoas que aproveitaram a oportunidade oferecida pela empresa”, revela.

Exemplo de uma boa história é a do técnico em Segurança do Trabalho Jonas de Sousa Carneiro, natural do município de Riachão do Maranhão que, dos 5 aos 27 anos, viveu com a família na cidade de Aguiarnópolis, no Tocantins. Já adulto, Jonas conta que durante muito tempo teve dificuldade de achar emprego fixo e por anos viveu de trabalhos temporários e “bicos”.

Foi quando o jovem decidiu vir para Goiânia morar com suas irmãs, que já viviam na capital. Em 15 dias, conseguiu sua primeira oportunidade na MRV, onde está há cinco anos. Numa das várias obras da companhia na cidade, ele começou como auxiliar de almoxarife. “Não tinha conhecimento de praticamente nada sobre construção. Precisei aprender sobre materiais para a parte hidráulica, para a parte elétrica da obra, como tipo de fiações, quadros elétricos, disjuntores e outros. E todo esse aprendizado foi dentro da própria empresa”, conta ele.

Em dois anos alcançou o cargo de almoxarife, profissional que administra e classifica todo o estoque de insumos e materiais necessários para uma construção. Empolgado com o rápido crescimento que obteve dentro da MRV, Jonas buscou mais conhecimento e fez o curso de Técnico de Segurança no Trabalho. Logo que se formou, manifestou aos seus superiores o desejo de atuar na área. Com o histórico positivo que já tinha dentro da companhia, há cerca de 10 meses foi promovido ao cargo almejado. Hoje, Jonas Carneiro se orgulha de sua trajetória e diz que pretende continuar se desenvolvendo dentro da Construção Civil.

Em família

Outro exemplo de superação e de crescimento dentro da construção civil é a do auxiliar de engenharia, Moisés Sales Ribeiro. Ele começou bem cedo na profissão, aos 17 anos de idade, trabalhando com os tios desde muito cedo. Hoje, ele se diz realizado profissionalmente. “A construção civil sempre foi parte da minha vida. Sou grato ao meu trabalho por tudo que conquistei. É um setor que oferece sim diversas oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional”, afirma Moisés, que teve sua trajetória mudada quando começou a cursar Engenharia Civil há pouco mais de quatro anos.

No nono período, o operário e futuro engenheiro diz que sempre recebeu muito incentivo, tanto da família, quanto da equipe da MRV, empresa em que trabalha há cinco anos. “Essa mudança, esse crescimento que tive, foi possível graças ao apoio dos meus superiores e ao meu empenho em aprender e crescer na área”, destaca ele.

Natural de Ceres, interior de Goiás, Moisés mudou-se para Aparecida de Goiânia ainda criança, com cerca de 10 anos de idade, para morar com a mãe e o padrasto; retornou ao interior e depois, aos 18 anos, voltou para fixar moradia definitiva na região metropolitana de Goiânia. Hoje, o jovem que começou no canteiro de obras como auxiliar de obras, diz que é um orgulho para a família e que pretende ser, além de um excelente engenheiro, uma inspiração para o filho de sete anos de idade. “Quero deixar para ele o legado do estudo, da persistência e da dedicação”, ressalta.

 

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