Chapada dos Veadeiros arde em chamas. Queimadas já destruíram mais de 10 mil hectares do Patrimônio Ecológico de Goiás
Desde o início das queimadas na Reserva, as equipes de brigadeiros e bombeiros, trabalham sem cessar, no combate as chamas e os focos de incêndio. O quadro é agravado pelos ventos, que reacendem focos espalhados pela vegetação. A informação, é da administração da unidade de preservação do local. O parque, em Goiás, é uma das principais áreas de preservação do cerrado
De acordo com a administração da unidade, as queimadas pela reserva não dão trégua desde 5 de setembro, por volta das 22h e a área atingida é ainda uma estimativa e fica entre o Paralelo 14 e a Cachoeira Simão Correia.
Em nota divulgada pela chefia do parque, as causas não são conhecidas, não se pode afirmar o que ou quem provocou o incêndio. Ao mesmo tempo a nota sinaliza que a unidade de preservação entende que pode ter sido criminoso. Na mensagem, também destaca que, desde o começo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o PrevFogo, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), escalaram efetivos para ajudar a debelar o incêndio, junto com o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás e o apoio voluntário de brigadistas. A expectativa é de que sejam encaminhadas nesta segunda (9) duas aeronaves, e materiais de suporte para debelar o fogo que consome o Parque da Chapada dos Veadeiros.
Um grupo organizado pelo Polo de EcoCiências do Cerrado realiza todos os dias, um mutirão para avaliar as condições da Reserva Privada do Patrimônio Natural (RPPN) Campo Úmido Voshysias, em Alto Paraíso de Goiás, nas proximidades do Parque Nacional. Assim como a RPPN Murundu, visitada e monitorada pela força tarefa no mesmo município, o local foi afetado por um incêndio e precisou ser examinado mais de perto, demandando também a retirada de espécies de plantas exóticas invasoras.
A rede de combate às chamas conta, ainda, com a Rede Contrafogo, que articula brigadas de voluntários, e o Instituto Biorregional do Cerrado (IBC). Em um vídeo postado nas redes sociais, Ivan Anjo, da Rede Contrafogo, compartilha informações sobre outro ponto atingido por chamas, o lixão de Alto Paraíso de Goiás.
“Todo ano é a mesma coisa. O lixão pega fogo sempre na mesma semana! Em 2021 foi no dia 7 de setembro, 2022 foi dia 4 de setembro, em 2023 não teve (oh glória) e esse ano, 6 de setembro iniciado perto das 22h, enquanto ainda cuidavam do fogo no Pouso Alto também em Alto Paraíso. Seria só coincidência? A prefeitura não se organiza pra fiscalizar, vigiar e muito menos pra combater. Parecem gostar que o lixão diminua seu volume todo ano pra ter menos o que administrar. Dezenas de famílias tiveram que abandonar suas casas ontem devido a essa incompetência. Ou seria maldade mesmo? O que você acha?”, diz o texto que acompanha o vídeo. Nos comentários da postagem, moradores da cidade concordam com o brigadista e fazem críticas à gestão municipal.
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros é um dos locais de preservação do Cerrado, conhecido como “berço das águas” e que, apesar disso, pode perder cerca de 34% do fluxo dos rios até 2050. De acordo com monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), somente este ano, até ontem (8) foram detectados 48.966 focos de queimada no bioma, que só perde para a Amazônia (79.175).
O trânsito da rodovia GO-118, que liga Alto Paraíso de Goiás a Teresina de Goiás foi interrompido no sábado.
Até o fechamento desta reportagem, nossa redação entrou em contato com a prefeitura de Alto Paraíso. Não houve retorno.
Com informações da Agência Brasil