Câncer de pele: tumor de maior incidência no país tem mais de 90% de chances de cura
Se alguém perguntar para você: “Já passou protetor solar hoje?” – qual seria a sua resposta? Sim ou Não? O protetor solar é a principal forma de prevenção contra a radiação ultravioleta (UV), responsável pelo tumor de maior incidência no Brasil: o câncer de pele. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam que 31,3% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil são de câncer de pele (não melanoma), com 74 mil novos casos previstos por ano, até 2025.
“Mesmo com todas as informações que temos a respeito do assunto, o câncer de pele é o que mais acomete pessoas no Brasil, por ser um país tropical, onde a incidência solar é grande o ano inteiro. Mato Grosso, por exemplo, é um Estado que tem muitas pessoas de pele clara (mais propensas à doença) que trabalham no campo, sob sol forte, o dia todo. Nas cidades não é diferente. Tomemos como exemplo Cuiabá, onde com frequência atingimos 40 graus”, observa o oncologista clínico Giuliano Castiglioni, que integra a equipe da Oncomed. “O ideal é não se expor ao sol das 10h às 16h. Usar chapéu, roupa de manga longa. Mas, como essas medidas são difíceis de serem tomadas, e melhor proteção acaba sendo o filtro solar, não uma vez ao dia, mas sim, a cada duas horas”, explica.
Conforme o médico, o primeiro passo é a prevenção. Porém, se a doença aparecer, o fundamental é o diagnóstico precoce. Daí a importância das pessoas ficarem atentas aos sinais da principal órgão do nosso corpo: a pele. Pintas, manchas ou lesões que não cicatrizam não devem ser ignoradas. Lembrando que o câncer de pele não causa sintomas sistêmicos, a não ser em grau avançado ou em melanoma metastático, quando já atinge outros órgãos.
Tipos – Os cânceres de pele podem ser divididos em melanoma e não melanoma. Os mais frequentes são os carcinomas basocelular e o espinocelular, menos agressivos e que, normalmente, são tratados com cirurgia, com índices de cura que chegam a quase 100%. Tem ainda o melanoma cutâneo, que apesar de ter a incidência mais baixa do que os carcinomas, é mais grave e com maior letalidade, podendo gerar metástase nos órgãos e gânglios.
“Nestes tipos de cânceres (basocelular e espinocelular) o tratamento curativo da doença é cirúrgico. Se após a cirurgia ainda ficar alguma margem comprometida, podemos pensar em radioterapia. Porém, se esses tumores forem mais avançados, podemos usar a imunoterapia”, ressalta o oncologista clínico.
Imunoterapia – Nos casos de melanoma, a imunoterapia tem sido usada desde 2015. Conforme o especialista, a imunoterapia é o uso de medicamentos para estimular o sistema imunológico do paciente a reconhecer e destruir as células cancerígenas de forma mais eficaz.
“A imunoterapia no melanoma mudou a história da Oncologia. Começou com pacientes metastáticos de melanoma, que normalmente sobreviveriam pouco tempo. Os estudos mostraram uma sobrevida em 5 anos em até 50% dos casos. A imunoterapia é uma medicação que ativa o sistema de defesa a lutar contra o tumor. É diferente de outras terapias, como a quimioterapia, que destrói o tumor, mas acaba destruindo outras células normais também, por isso tem muitos efeitos colaterais”.
Como em todos os tumores, a prevenção e o diagnóstico precoce são os pilares da cura.