Aparecida de Goiânia se prepara para se tornar a primeira aerotrópole do Centro-Oeste
Município chega aos seus 101 anos de fundação atraindo grandes investimentos privados, como o Antares Polo Aeronáutico, que abrigará a maior e mais moderna infraestrutura aeroportuário do Centro-Oeste, transformando a região em um importante hub logístico para o País
Aparecida de Goiânia chega aos seus 101 anos num contexto de forte crescimento econômico e social, atraindo grandes investimentos privados e um forte fluxo de mão de obra altamente qualificada. Para se ter uma ideia, no período compreendido entres os dois últimos censos do IBGE, o de 2010 e 2022, o município ganhou mais de dez mil habitantes por ano. Em 12 anos, a sua população saltou de 380 mil habitantes para mais de meio milhão (500.760), conforme prévia oficial do último Censo. Pelo aspecto econômico, esse crescimento foi ainda mais forte. Ainda segundo o IBGE, o PIB da cidade saltou de R$ 3,8 bilhões em 2009, para 14,4 bilhões em 2019, um crescimento de 279% em uma década, alavancado o município ao terceiro maior PIB de Goiás.
Indústria, serviços e logística, unindo essas três vocações econômicas da cidade, Aparecida caminha para uma quarta: ser a primeira “aerotrópole” do Centro-Oeste. O termo aerotrópole é usado para designar cidades que se desenvolvem de forma integrada e em sinergia com grandes infraestruturas aeroportuárias. Sua conquista se deve com a construção do moderno hub aeronáutico que está sendo implantado através do Antares Polo Aeronáutico.
“O Antares será um aeroporto de negócios e polo aeronáutico que conseguirá atender empresas de todos os segmentos da aviação de geral, como logística para e-commerce, aviação executiva, aviação regional, agro aviação, táxi-aéreo, locação de hangares, serviços aeromédicos, manutenção de aeronaves, formação de pilotos, fábricas de aviões e outros”, enumera Rodrigo Neiva, diretor comercial e um dos sócios-empreendedores do Antares.
A cidade foi escolhida para receber o empreendimento, por sua localização estratégica: está de 1 a 2 horas de voo de 65% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, e até 4 horas de voo do restante do país. “Essa posição geográfica torna o Antares um ponto de escala e manutenção para a aviação geral brasileira”, explica. Além disso, a cidade também tem conectividade com outros modais de transporte, como o rodoviário, já é cortada por várias rodovias, como a BR-153 ou Rodovia Transbrasiliana, hoje a principal ligação entre o Meio-Norte do Brasil e o Centro-Sul. “Com o Antares, toda a região se torna um hub completo de logística”, arremata.
Empregos qualificados e novos equipamentos urbanos
Aparecida já é uma cidade que tem uma grande planta industrial, são sete grandes polos industriais em pleno funcionamento e com muitas áreas disponíveis para receber mais empresas dos mais variados segmentos. Com a implantação do projeto do Antares, Aparecida de Goiânia prepara-se para um novo ciclo de desenvolvimento ainda mais consolidado, uma vez que as infraestruturas aeroportuárias também são indutoras de novas empresas do crescimento da demanda por mão de obra qualificada.
“Os aeroportos e todos os serviços ligados aviação agregam sempre alta tecnologia, seja na operação das próprias aeronaves, nos serviços de monitoramento da segurança área ou na manutenção de aviões e outras aeronaves, e isso atrai um grande contingente de mão de obra altamente qualificada, como pilotos, programadores, engenheiros e outros profissionais. Ou seja, é um público que irá movimentar ainda mais a economia da cidade”, avalia.
Ele lembra ainda que o desenvolvimento irradia pelo entorno do aeroporto, criando uma verdadeira cidade aeroportuária com novos serviços e comodidades, como lojas, hotéis e entretenimento. “Ela também se comunica com muitos negócios internacionais ou relacionados a transportes que se instalam nas áreas próximas. Esses centros são potências econômicas que geram empregos, renda e infraestrutura”, explica e ilustra com o exemplo da cidade de Campinas (SP), após a inauguração do aeroporto de cargas.
Sobre o Antares
Com investimentos da ordem de R$ 100 milhões, o projeto do Antares Polo Aeronáutico é capitaneado pelas empresas goianas Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e a RC Bastos Participações. Ocupando uma área de 209 hectares e podendo receber aviões do porte de um Boeing 737-800, o Antares promete ser um marco na infraestrutura aeroportuária, tornando-se hub logístico para transportar pessoas e cargas para todo o Brasil.
Com suas obras iniciadas em julho de 2021, o polo aeronáutico está sendo construído no leste da cidade de Aparecida de Goiânia, às margens do Eixo Leste-Oeste 4 e da BR-153. A pista de pousos e decolagens, principal infraestrutura do empreendimento, terá 1.980 metros de extensão por 45 metros de largura, contará com PCN 43, índice de Classificação do Pavimento que garantirá condição estrutural para operações de aeronaves de grande porte, como os Boeings 737-800. O aeroporto Antares iniciará as operações com VFR e podendo chegar até um IFR.
O projeto do Antares será construído em cinco fases e a previsão é de que a primeira seja concluída até o fim de 2024, quando devem ser iniciadas as primeiras operações do polo aeronáutico. A primeira etapa do empreendimento contará com a pista de pouso já operando, terminal de embarque e desembarque, estacionamento e 72 lotes de 1.000m² a 1.500 m² com toda a infraestrutura necessária, como energia elétrica, sistema de abastecimento de água, pavimentação asfáltica e área fechada com portaria monitorada. A título de incentivo, o Antares oferece 20 anos de incentivos fiscais no Imposto Sobre Serviços (ISS), Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana (ITU) e no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).