Ao R7, Amaury Jr. falou sobre rivalidade com Otávio Mesquita e contou que recebeu ameaças
No “O Programa de Todos os Programas” desta terça-feira (29), nas plataformas digitais do R7.com, Flávio Ricco e Dani Bavoso receberam Amaury Jr., referência no colunismo social na TV há mais de 30 anos e que entrevistou diversas personalidades, como Pelé, Glória Menezes, Celine Dion, Julio Iglesias, Sophia Loren, entre tantas outras.
Natural de Catanduva, cidade do interior de São Paulo, antes de ingressar na televisão, Amaury escrevia colunas sociais para jornais impressos da região de São José de Rio Preto e comentou sobre o preconceito enfrentado pela modalidade ao longo dos anos. “Tinha-se um preconceito mesmo da coluna social, só noticiava quem ia para a Europa, naquela época isso era uma notícia, quem fazia aniversário, e por aí. No jornal impresso, ela se perdia porque tinha que descrever o buffet, as roupas, a decoração, era um saco, mas todo mundo exigia isso”, lembrou.
O apresentador relembrou o início da sua carreira na televisão, quando sugeriu a José Roberto Maluf, então diretor da Gazeta e o atual presidente da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, transportar o colunismo social para a TV, enquanto estava na Rádio Gazeta e uma coluna no extinto jornal Diário Popular. “Eu expliquei a ideia do projeto para o Maluf que a imagem bastava, não precisava ficar mostrando tudo. O óbvio está ali. Ele me deu cinco minutos diários na programação, por isso surgiu o nome ‘Flash’”, referindo-se ao consagrado nome do seu programa em diversas emissoras, inclusive na Record TV. “A minha primeira pessoa que eu entrevistei em uma noite de autógrafos do Antônio Bivar foi a atriz Maria Zilda”, contou o apresentador que confessou ter entrevistado mais de 30 mil personalidades.
Apesar de incontáveis entrevistas, Amaury relatou não ter conseguido entrevistar a cantora Marisa Monte até hoje. “Não sei por qual razão. Marisa, se você estiver nos vendo, eu sou seu fã, eu tenho tantas coisas para te perguntar. Não sei se foi a agenda ou se ela não quer me dar a entrevista também, vai saber”, brincou.
O apresentador relembrou que ele e sua então emissora, a TV Bandeirantes, recebeu graves ameaças ao quase exibir uma reportagem especial realizada na África do Sul durante o Apartheid, que iniciou nos anos 50 e perdurou até o início de 90, quando diversos países do mundo boicotavam a região, por causa do momento político, e que pediu ao dono do canal, João Jorge Saad (1919-1999), para não exibir a matéria por causa da repercussão negativa.
“Eu fiz uma reportagem muito legal sobre o que o país tinha de atrações turísticas do país, mas não deixei de mostrar as diferenças entre brancos e negros que existia por lá. No entanto, o Jornal do Brasil publicou uma foto em primeira página de eu descendo do avião, com algumas mulheres carregando as malas, que é um costume da região que visitamos, como se eu estivesse desrespeitando o boicote e insinuando que nós teríamos feito as pobres mulheres africanas carregarem as nossas malas. Foi bastante desagradável, porque o objetivo não era esse”, explicou, contando ainda que a matéria foi ao ar e que todos entenderam que a intenção da pauta era outra.
No programa do R7, Amaury creditou sua desenvoltura em entrevistar do dia a dia à frente das câmeras e que aprendeu muito no improviso. “Eu entrei em eventos sem saber quem estava lá, mas uma coisa fundamental é, por exemplo, quando encontra um político, que está na mira popular, e não quer mais falar, você tem que o convencer a se defender, com elegância e educação. O ruim é o entrevistador ser agressivo”, disse.
Ricco perguntou ao apresentador os critérios para selecionar as festas que seriam acompanhadas. “Chegou uma época que eu tinha oito lugares que mereciam ser gravadas, mas eu pedia para a equipe saber quem estava nas festas para selecionar. Depois eu formei as minhas repórteres e conseguíamos cobrir todas as mesmo tempo”, revelou.
Durante a entrevista, Amaury relembrou um fato íntimo que, há pouco mais de dois anos, enquanto estava cobrindo o Baile da Vogue, no Rio de Janeiro, sentiu-se desanimado com o que fazia e, meses depois, descobriu o quadro de Transtorno de Ansiedade Generalizada. “Eu me questionei o que estava fazendo ali, entrevistando as mesmas pessoas, eu estava realmente começando a ficar enfastiado com as festas. Eu não que estivesse depressivo, só desinteressado. No entanto, durante a pandemia, eu descobri o que eu estava sentindo e só recentemente saí dessa síndrome, encontrei um médico que ajustou corretamente os medicamentos, e hoje eu estou muito animado”, contou e ainda deu um conselho: “Não é frescura, só quem tem uma síndrome de ansiedade ou uma depressão sabe o que se passa”, relatou.
Dani confrontou o entrevistado para saber se houve uma rixa com Otávio Mesquita, apresentador do SBT que, em meados dos anos 2000, criou um programa parecido com um formato parecido ao seu. “Imagina, de jeito nenhum. Eu o conheci na Bandeirantes, quando ele era do departamento comercial e fazia um programa de rádio muito bem-feito, a gente sempre estava junto. Eu nunca o encarei como rival. O Otávio não tem foco, uma hora faz comédia, outra entrevistas. Na época as pessoas estimulavam essa rivalidade e ele colocava lenha para essa rixa ficar saudável”, respondeu.
O apresentador recebeu vídeos depoimentos dos apresentadores Marcelo Carvalho, Luciana Gimenez, Daniela Albuquerque, Sônia Abrão; do humorista Carioca e do seu diretor Leandro Sawaya.
A entrevista de Amaury Jr. ao “O Programa de Todos os Programas”, com Flávio Ricco e Dani Bavoso, está disponível no portal R7.com, no PlayPlus, serviço de streaming da Record TV, e no canal do R7 no YouTube.