Ambiente mal planejado e má postura são malefícios do home office
Bons hábitos rotineiros devem ser adotados para o fortalecimento da coluna, evitar dores e assegurar a qualidade de vida profissional
Home office é o trabalho dos sonhos para muitos. Afinal, quem não gosta de ganhar dinheiro no conforto do lar, perto dos filhos e na hora que melhor lhe convir? Mas o trabalho remoto também desencadeou alguns malefícios, como problemas físicos e posturais foram potencializados. De acordo com a fisioterapeuta da Hapvida NotreDame Intermédica, Bruna Machado, “é visível nos consultórios os casos crescentes de lombalgia impulsionados, inevitavelmente, por passar mais tempo sentado do que o habitual e sem movimentação corporal”.
O termo lombalgia refere-se à dor na coluna lombar ou popularmente conhecida como dor nas costas. Essa é uma disfunção que acomete tanto o sexo feminino quanto o masculino e pode variar de uma dor aguda a intensa e prolongada. As causas são variadas, porém a maior incidência está relacionada à má-postura. “Para os adeptos do home office, é fundamental se atentar a certos cuidados diários, como não ficar muito tempo na mesma posição (sentado ou em pé) isso pode causar tensões, sobrecarregar as articulações e a musculatura”, explica a fisioterapeuta.
“No home office ou no ambiente corporativo deve-se ter hábitos como ter pausas para alongamento, sentar ou levantar, caminhar um pouco, ir ao banheiro, se hidratar e ter um espaço adequado com planejamento para o desempenho da função, fazendo, assim, que o indivíduo evite dores e compensações do corpo devido às posições inadequadas ou por horas consecutivas ‘imóvel’; estes simples hábitos diários melhora inclusive a circulação sanguínea”, explica Bruna Machado.
Dados revelados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2013, apontam que cerca de 18,1% dos brasileiros relataram terem dores na coluna, em contraponto, a pesquisa realizada pelo mesmo órgão em 2020, apontou que 41% da população se queixava de incômodos nas costas. Para a especialista, muitos fatores contribuíram para esse aumento. Além do trabalho home office, sedentarismo e afastamento social gerados pela pandemia, o sistema remoto de produção reduz o controle da jornada de trabalho, especialmente quanto ao uso exacerbado de computadores e celulares também contribuíram para o aumento da patologia.
“Hoje, temos uma população adoecida que ficou por muito tempo sem procurar ajuda médica. Isso contribui para a sintomatologia crônica com cervicalgias, dorsalgias, lombalgias, dores mioarticulares em ombros, cotovelos, punhos, joelhos e tornozelos. Problemas que vão além dos músculos, causam insônia e provocam outras complicações”, alerta.
Para reverter a situação, a fisioterapeuta sugere uma virada de chave da inércia para o movimento. “Aproveite as facilidades de trabalhar em casa para criar uma rotina diária de prática de exercícios físicos e a adoção de programas de reeducação postural, além de respeitar o limite do corpo físico e psicológico”, finaliza.