Alimentação saudável pode prevenir até 50% dos casos de câncer e outras doenças crônicas

Alimentos também são grandes aliados no tratamento dos pacientes oncológicos, pois ajudam a fortalecer o sistema imunológico e minimizam os efeitos colaterais do tratamento, como perda de massa muscular, náuseas e internações

O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo. Segundo previsões da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 35,3 milhões de novos casos da doença devem surgir até 2050, um aumento de 77% em relação aos 20 milhões previstos em 2022.

Ao encontro disso, estimativas sugerem que mudanças na dieta e fatores de estilo de vida podem prevenir até 50% dos casos de câncer e outras doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Desse modo, as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a saúde e, por isso, cresce exponencialmente a busca por nutricionistas para que possam cuidar da alimentação e prevenir o desenvolvimento de algumas doenças, dentre elas o câncer, enfermidade que ocasiona perda massa muscular e peso, impactando negativamente na qualidade de vida e prognóstico da doença.

Quando se leva em consideração a idade do paciente, tipo de câncer e estágio da doença, a prevalência de desnutrição pode chegar a 70%. Um artigo publicado na Revista Europeia de Oncologia Médica estima que 20% das mortes dos pacientes com câncer pode ser atribuída à desnutrição e não à própria doença.

Para tentar mitigar os problemas supracitados, a nutrição oncológica desempenha um papel crucial no tratamento, pois visa otimizar a ingestão de nutrientes, fornecendo a energia e os compostos necessários para o fortalecimento do sistema imunológico e minimizar os efeitos colaterais dos tratamentos, como a quimioterapia e a radioterapia.

“O paciente oncológico necessita de nutrição especializada, que visa adaptar o aconselhamento dietético para atender às necessidades específicas de um indivíduo, através de intervenções nutricionais multimodais, a qual impacta na tolerabilidade do tratamento, nos resultados e a qualidade de vida”, explica a nutricionista Neusa Dias de Moura, especialista em Nutrição Oncológica pela Sociedade Brasileira de Nutrição Oncológica (SBNO).

Nutrição é grande aliada no tratamento do câncer

A arquiteta Danielly de Castro, 41 anos, atualmente trata um câncer colorretal e segue com disciplina o plano alimentar elaborado por sua nutricionista. Antes mesmo de iniciar o tratamento, que abarca quimioterapia e radioterapia, ela passou a seguir uma dieta que envolve o aumento da ingesta de verduras, frutas, vegetais, fontes proteicas e suplementação.

Danielly já fez 25 sessões de quimioterapia e 25 de radioterapia. Nesse ínterim, não teve náuseas, febre e nenhuma internação. “Venho seguindo todo o roteiro que a nutricionista passou e temos tido grandes vitórias. Assim, faço o tratamento e continuo trabalhando normalmente. Tenho me alimentado bem e ingerido bastante água”, comenta. A arquiteta também segue praticando exercícios físicos. “Estou tendo bastante sucesso no tratamento, tanto que não perdi nem peso e nem massa muscular”.

Alimentos que ajudam a prevenir o câncer

Brócolis, repolho, couve de bruxelas: esses vegetais são ricos em isotiocianatos, compostos vegetais ajudam as células a eliminar toxinas e se reparar, o que é crucial para a prevenção do câncer.

Tomates: o tomate é rico em licopeno, poderoso antioxidante que ajuda a prevenir o câncer de próstata e mama.

Grãos integrais: os grãos integrais são ricos em fibras, vitaminas, minerais e compostos vegetais, que juntos podem reduzir o risco de câncer. De acordo com um estudo publicado em 2020 pelo Cancer Research UK, as reduções de risco para as grandes ingestões de grãos integrais variaram entre 5% e 12%. Em uma análise geral, a ingestão de 30g por dia de grãos integrais foi associada a um risco 7% menor de mortalidade por câncer.

Frutas vermelhas: morangos, mirtilos, cranberries, romãs e amoras são ricas em antioxidantes que ajudam a proteger as células do estresse e danos no DNA, que podem aumentar o risco de câncer. Compostos vegetais chamados antocianinas dão às frutas vermelhas suas cores vibrantes e sua capacidade anti-inflamatória.

Uvas: a fruta possui na casca grande concentração de resveratrol, o composto tem o potencial de impedir o início do câncer na mama, fígado, estômago e sistema linfático.

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