Agosto Branco: tabagismo é responsável por cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão
Cirurgiã torácica cooperada da Unimed Goiânia, Dra. Tânia Mara Derossi, alerta que além do cigarro tradicional, o eletrônico também representa risco, sendo muito prejudicial
O câncer de pulmão é uma das principais causas de morte por câncer no Brasil e no mundo. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), ele é o segundo tipo de câncer mais comum entre homens e o quarto entre mulheres no Brasil, sendo também o que mais causa mortes entre ambos os sexos. Estes dados reforçam a importância do Agosto Branco, mês dedicado à conscientização e prevenção desta doença silenciosa.
Responsável por cerca de 85% dos casos, o tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de pulmão. A cirurgiã torácica cooperada da Unimed Goiânia – Cooperativa de Trabalho Médico, Dra. Tânia Mara Derossi, alerta que além do cigarro tradicional, o eletrônico também representa um risco significativo para a doença. Ela destaca também outros fatores de risco, como histórico familiar de câncer de pulmão, doenças pulmonares como enfisema e tuberculose, e a exposição a substâncias químicas como amianto, asbesto, arsênico, berílio, cádmio, radônio e cloreto de vinila.
A especialista também adverte para um fator de risco menos conhecido e que serve de alerta. “A exposição à poluição e à fuligem, bem como o tabagismo passivo, também são riscos importantes. No entanto, recentemente foi identificada uma nova forma de exposição passiva, conhecida como Thirdhand Smoke (THS). Nela, a nicotina residual e outros produtos químicos do tabaco permanecem em superfícies internas, como nas paredes e nos móveis, podendo reagir com poluentes comuns em ambientes fechados e criar uma mistura tóxica. Para essa exposição, devemos ter cuidado maior com as crianças, que são as mais afetadas.”
O câncer de pulmão geralmente é assintomático em seus estágios iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce. “Os sintomas mais frequentes incluem tosse persistente, escarro com sangue, dor no peito, rouquidão, falta de ar, perda de peso e apetite, pneumonia recorrente e cansaço. É crucial estar atento ao surgimento de novos sintomas ou à modificação dos preexistentes. O rastreamento precoce em pacientes de alto risco, como fumantes com alta carga tabágica e ex-fumantes, é essencial para a detecção antecipada da doença “, alerta Dra. Tânia Mara.
Prevenção e tratamento do câncer de pulmão
A médica pneumologista Dra. Karla Curado, também cooperada da Unimed Goiânia, frisa que para prevenir o câncer de pulmão, é recomendado cessar o tabagismo, manter uma alimentação saudável, praticar atividade física regularmente e realizar rastreamentos periódicos em pacientes de alto risco. O tratamento varia conforme o estágio da doença e pode incluir ressecção cirúrgica, radioterapia, quimioterapia e, mais recentemente, imunoterapia, que tem revolucionado o tratamento dos casos avançados.
“O tabagismo aumenta em 40 vezes a chance de desenvolver a doença. A fumaça do cigarro contém mais de 5 mil substâncias químicas, das quais pelo menos 50 são potencialmente cancerígenas. Outro ponto de atenção é o cigarro eletrônico, que assim como o tradicional, contém substâncias químicas tóxicas, como a nicotina. Os efeitos a longo prazo ainda não são totalmente conhecidos. Porém, já há dados científicos comprobatórios de doenças causada pelo vaping”, alerta Dra. Karla.
A especialista lembra que a mensagem de conscientização é clara: o câncer de pulmão é uma doença evitável, sendo que 85% a 90% dos casos estão associados ao tabaco. “Parar de fumar é o primeiro passo, e o apoio profissional é essencial para o sucesso nesse processo. Sua saúde é prioridade. Converse com seu médico e busque ajuda para cessar o tabagismo”, conclui.