A democracia tem que ser respeitada e levada a sério, diz Lula

De acordo com o ex-presidente, o povo quer democracia de verdade, na urna e no exercício do poder, diferente de Bolsonaro, que desrespeita as instituições

O ex-presidente Lula disse nesta segunda-feira (22), durante coletiva à imprensa internacional, que é inconcebível a ideia de o Brasil tomar um golpe depois de anos de luta pela democracia. Para ele, as eleições de 2022 servem para o país evitar a volta do autoritarismo.

“Nós temos um presidente que, segundo a imprensa brasileira, conta sete mentiras todo dia, que desafia todo santo dia as mais diferentes instituições, desafia as Forças Armadas quando diz que as Forças são dele, sendo que ela é da sociedade brasileira, e têm função nobre estabelecida na Constituição que é defender o povo brasileiro contra possíveis inimigos externos, além de tomar conta das nossas fronteiras aérea, terrestre e marítima. Ele ofende o Poder Judiciário, a suprema corte, a justiça eleitoral. Ele machuca a democracia quando ele ofende qualquer organismo que criamos para consolidar a democracia, sobretudo na questão ambiental, ele trata com muito desrespeito tudo que foi feito pela sociedade brasileira”, afirmou.

Lula lembrou ainda que Jair Bolsonaro (PL) “não chorou uma única lágrima pelas 680 mil vítimas do Covid-19” ou se preocupou em visitar as crianças que ficaram órfãs por causa da pandemia.

“Eu tenho dito publicamente que só tem sentido nossa campanha se ela significar que o ódio perderá para o amor, a fraternidade ganhará da radicalidade, a solidariedade vencer. Tudo para ele é tratado como se não tivesse importância, como fosse uma brincadeira, e eu acho que nós precisamos valorizar o processo democrático”, comentou.

Prestígio internacional  O ex-presidente criticou também os arroubos golpistas de Jair Bolsonaro e que o Brasil precisa recuperar seu prestígio internacional. “É muito importante as pessoas perceberem que o Brasil é um país muito importante para o mundo, para a América do Sul, para América Latina, União Europeia, na sua relação com os EUA, com a China. Nós não somos um país qualquer, nós somos um país muito importante no cenário geográfico mundial, e que, portanto, a democracia, para nós, tem que ser muito levada a sério e ser muito respeitada”.

“É por isso que o atual presidente da República fica incomodado, fica dizendo que só Deus tira ele da presidência. Ele não precisa ficar preocupado porque quem vai tirar ele de lá será o povo brasileiro no dia 2 de outubro. A gente não tinha esse hábito [de desacreditar das urnas] e de repente ele trouxe a experiência do Trump para o Brasil. E, mesmo assim, ele resolve criticar o modelo eleitoral e a urna que deu a vitória. Mas o povo quer democracia de verdade, o povo quer democracia na urna e o povo quer democracia no exercício do poder, coisa que nós soubemos e sabemos fazer muito bem”, completou.

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