A arte de ser palhaço clown
A ação cultural, toda ela gratuita, faz parte do projeto Teatro em Mutação com o apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura da prefeitura de Goiânia. De forma lúdica, o projeto propõe uma oficina de Clown que será ministrada por Guilherme Mascia que acontecerá nos dias 21 e 22 de janeiro (sábado e domingo) das 15 às 18hs no teatro da Cia Novo Ato no setor Crimeia Leste em Goiânia. As inscrições, gratuitas, podem ser feitas pelo Whatsapp 984031032. O curso é destinado a jovens e adultos que queiram conhecer o universo clown de palhaçaria. No dia 22 (domingo), às 17hs, será apresentado, de forma também gratuita e aberto ao público, o espetáculo clownesco farsesco bufão “Lambendo o saco do Rei”, também no teatro da Cia Novo Ato.
Segundo Guilherme Mascia, que tem formação com mestres do clown e da mímica como o argentino Marcelo Lujan; o mineiro radicado em Brasília, Zé Regino; Johnny Melville, clown mímico escocês; Alexandre Augusto e Ana Cristina do Teatro Zabriskie; Natasha witkowski e a diretora carioca do Teatro Tablado Paula Wenke, fundadora do Teatro dos Sentidos, serão ministradas na oficina, técnicas de grammelot, mímica e emoção.
“O Teatro em Mutação busca, de forma lúdica, propor uma oficina de Clown convidando a encontrarmos o Palhaço que existe em nosso interior. Este curso vai ser mais uma iniciação paras as pessoas entenderem o que é o processo do palhaço clown, que é mais natural como Charlie Chaplin por exemplo que mostra a presença da criança interior em nós, do ridículo, de nosso encontro com a vulnerabilidade dos sentimentos humanos, instintivos, das emoções boas e ruins”, frisa.
Guilherme diz que a técnica clown se diferencia de um palhaço comum que foca mais no riso fácil. Ele explica que esta técnica tem como prioridade mexer com as nossas emoções. “As pessoas confundem. A técnica clown não busca o palhaço ligado mais ao riso fácil, à comédia simples. O Chaplin por exemplo fazia muitas vezes a gente se emocionar. Então a técnica clown está muito mais ligada a isso, ao conhecimento e amplificação das nossas emoções, da criança que existe dentro de nós, no sentido de buscar a pureza destas emoções, das contradições de nossa alma e dos conflitos sociais, ideológicos e emocionais”, frisa.
“A oficina de clown proporcionará conhecimento e diversas experiências aos participantes e visualizadores, pois vai despertar a criança que existe em cada um de nós, destravar a imaginação e o corpo e principalmente despertar aquilo que muitas vezes está adormecido: a criatividade. É um curso para jovens e adultos, porque o trabalho é uma busca mais profunda e interna das emoções, mexe com questões que estão no inconsciente das pessoas, traumas de infância e outros problemas da alma. Não é só pra aprender a fazer rir”, conclui.
Lambendo o saco do Rei
Quanto ao espetáculo, que será encenado ao final da oficina, “Lambendo o saco do Rei” com Ivaltemir Rocha, Vitória Floros e Guilherme Mascia, ele define que é uma farsa clownesca burlesca experimental que conta a estória de dois súditos que tramam para derrubar o rei com toda a peça montada sem falas, só através de expressões mímicas.
“É um espetáculo na linguagem clownesca bufão, baseado na commedia dell’arte apresentado em um teatro físico, não verbal, mímico, sonoro com inspiração em Moliére, no teatro da comédia francesa. É um espetáculo experimental que a gente vai apresentar. O bufão é um ser que ri e zomba do outro, um comediante que imita, parodia políticos e outras pessoas como os artistas por exemplo. O palhaço ri de si, um riso mais ingênuo. Já o bufão ele zomba do outro, tem mais uma carga política, ideológica, de costumes, cruel, sarcástica, provocante’, explica.
Guilherme exemplifica como técnica farsesca bufão diversos programas presentes na nossa televisão. “O Bufão não quer que ninguém goste dele, tipo Miguel Falabella com o personagem Caco Antibes do humorístico Sai de Baixo que por muito tempo foi apresentado na TV Globo. Os comediantes de Stand Up também utilizam da técnica bufão. Outro exemplo é o programa Pânico na TV, até o Danilo Gentili que tá no ar no SBT utiliza esta técnica. é um humor que incomoda. O bufão tem este intuito de chocar, incomodar para que as pessoas saiam da sua bolha, acordem e vejam outra realidade. É um tapa na cara, de certa forma, nas contradições da sociedade”, conclui.
Vídeo/arte
De acordo com o coordenador do projeto, Guilherme Mascia, o Teatro em Mutação está relacionado ao 3º setor de ação formativa e foi concebido para também trazer melhorias nas estruturas das instalações do Teatro Novo Ato que é um espaço destinado a todos que desejam através da arte, experimentar novos olhares sobre si mesmos.
O projeto propõe também a criação de um vídeo/arte que vai mostrar a vida dos artistas, contada a partir da perspectiva do boneco Sachinha que mostra as relações de trabalho, a rotina de ensaios, a problemática da cena e os bastidores do trabalho dos artistas. O vídeo estará disponível para acesso nas redes sociais da Cia Novo Ato.
“Com a realização do vídeo/arte ‘Vida de artista’ estaremos revelando às pessoas a vida dos artistas como o próprio título sugere e com isso possibilitando um olhar direcionado, que desperta a curiosidade, o interesse e paixão do público para essa grande viagem que é a Arte. O Teatro em Mutação tem a perspectiva de contribuir no enriquecimento sociocultural da comunidade com grau de expectativa e interesse do público pelo teatro da Cia Novo Ato, e que a casa de espetáculos no Crimeia Leste esteja perfeitamente adequada para receber a comunidade durante e após o projeto”, finaliza.
Lambendo o saco do Rei – (gratuito)
Dia 22/01 (domingo) – 17 horas
Oficina de Clown (gratuito)
Dias 21 e 22/01 – (sábado e domingo) – 15 às 18hs
Inscrições pelo Whatsapp 984031032
Local: Teatro Novo Ato (Rua Dr. Sebastião Fleury Curado, 193 Qd 24 Lt 18 no Setor Crimeia Leste)
Vida de artista – Videoarte estará disponível em março no youtube da cia Novo Ato