“Não queremos apagar incêndios, queremos evitar”, diz Vulcanis em Comitê Estadual de Gestão de Incêndios Florestais

Comitê realizou primeira reunião para aprovação do regimento interno

A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás, Andréa Vulcanis, reforçou que a prevenção deve ser a principal missão do Comitê Estadual de Gestão de Incêndios Florestais (Cefig). Na primeira reunião ordinária do colegiado, realizada na quarta-feira, 14 de maio, Vulcanis destacou a importância da atuação conjunta entre os órgãos e elencou os principais desafios no combate e na prevenção ao fogo no Cerrado.

“Nós temos trabalhado na construção de um plano de gestão, e o nosso objetivo com esse trabalho é nos anteciparmos, nos prepararmos para que o fogo não aconteça. Não queremos apagar incêndios, queremos evitar os incêndios”, afirmou a titular da Semad.

O Cefig foi instituído em julho de 2024 pelo governador Ronaldo Caiado (Decreto nº 10.503), em razão do alto número de ocorrências de incêndios florestais no Estado. O comitê tem caráter consultivo e visa consolidar a prevenção e o combate aos incêndios florestais como políticas públicas prioritárias em Goiás.

O grupo é composto pelo Corpo de Bombeiros Militar e pelas secretarias estaduais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), da Educação (Seduc), de Comunicação (Secom), de Saúde (SES), além da Agrodefesa, Goinfra, Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Técnico-Científica — todos com direito a voto.

O primeiro encontro ocorreu no auditório do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia. Os membros do comitê se apresentaram e iniciaram a análise da proposta de regimento interno, essencial para o funcionamento do colegiado.

Desafios

Vulcanis destacou que a atuação do Cefig precisa estar atenta a quatro desafios primordiais. O primeiro deles diz respeito às unidades de conservação, que, além de serem uma responsabilidade constitucional atribuída ao Estado, representam amostras valiosas da biodiversidade do Cerrado. “São museus vivos, para que no futuro a gente saiba quais são os elementos da fauna e flora do Cerrado”, afirmou.

O segundo desafio está relacionado às reservas legais e às áreas de preservação permanente. Segundo a secretária, o Cerrado possui atualmente um remanescente florestal de cerca de 30%, e a recuperação do bioma exige tempo e investimentos expressivos. “Foram milênios para o Cerrado chegar à configuração biológica que tem hoje, e a recuperação também é muito cara. Nossos estudos apontam cerca de R$ 100 mil por hectare para recuperar”, explicou.

O terceiro desafio está ligado aos incêndios em propriedades privadas. Quando o fogo atinge lavouras e fazendas, destrói maquinários, mata animais e devasta plantações planejadas ao longo de anos, impactando diretamente a economia. “É um prejuízo para a produtividade, porque aquela fazenda vai produzir menos, vai levar anos para recuperar o seu solo. É menos emprego, menos atividade econômica no Estado”, destacou.

Por fim, a secretária apontou as mudanças climáticas como o quarto grande desafio. “O Brasil produz 5% de toda a emissão de gases de efeito estufa mundiais, e a nossa contribuição vem basicamente de duas categorias: o desmatamento e os incêndios. Então, é importante saber que, cada vez que há queima, estamos emitindo gases de efeito estufa e contribuindo ainda mais com essas alterações climáticas. É um ciclo planetário”, concluiu.

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