
Policiais Civis cobram que governo cumpra acordo firmado com a categoria
Cortejo fúnebre simbolizou o descontentamento da categoria com o que chamam de “traição” do governador
Policiais civis se reuniram em assembleia Geral na tarde desta quinta-feira, 3 de abril, para mais uma etapa das ações de reivindicação para o cumprimento do projeto de reestruturação das carreiras da Polícia Civil pelo governo estadual. A assembleia ocorreu no Complexo de Delegacias Especializadas, em Goiânia, e reuniu mais de trezentos policiais civis.
A assembleia buscou ampliar a pauta da luta dos policiais civis, discutindo e cobrando outras promessas do governo Caiado que foram apresentadas à categoria, como melhoria na remuneração da AC1, AC2, AC3 e AC4, que são ajudas de custos para diversas finalidades e tiveram seus valores corroídos pela inflação há mais de 8 anos.
O SINPOL também expôs o uso político da força de segurança pública por parte do governador, que se refere à instituição como “minha melhor polícia civil”. O termo esconde o fato de que a Polícia Civil ainda carece de estruturas mais dignas aos servidores e amarga a 16º pior remuneração no ranking das polícias civis do Brasil, realidade diferente das outras forças como a PM e PP que gozam de um ranking de 2º e 1º lugar, respectivamente.
Presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (SINPOL), Renato Rick ressalta que há um descontentamento geral dentro da Polícia Civil em relação ao descumprimento do acordo firmado entre governo e a categoria. “Somos a polícia civil que mais entrega resultados no Brasil, enquanto amargamos os piores salários dentro de nosso próprio estado”, lamenta.
Após as deliberações, os participantes seguiram em um ato simbólico até a sede do Instituto Médico Legal, portando cruzes e um caixão representando o sepultamento da Polícia Civil no governo de Caiado.
Entenda o caso
Os policiais civis há dois anos vinham negociando com o governo Caiado um plano de reestruturação esperado há mais de 8 anos. Os avanços de tais negociações caminharam ao ponto de o governo autorizar a votação da proposta por ele escolhida à classe dos policiais civis, o que ocorreu em outubro de 2024.
A partir daquela data, o governo passou a condicionar o anúncio da aplicação do plano de reestruturação para período após as eleições municipais.
Vencido o pleito eleitoral, sentindo-se pressionado a anunciar o acordo com os policiais civis, o governador Caiado resolveu chamar todas as outras forças de segurança e descartar a reestruturação acordada com os policiais civis, aplicando um aumento linear a todas carreiras da SSP.
Diante do descarte de um projeto inovador, particularizado com a realidade da Polícia Civil, os policiais civis, através do SINPOL e UGOPOCI, deram início às manifestações de insatisfação com o governo Caiado. Outras ações devem ocorrer ao longo de todo o ano, até que as reivindicações sejam atendidas.