Na próxima semana, o quinto e último módulo da “Escola de Dramaturgas” será ministrado pela artista e pesquisadora goiana Takaiuna, idealizadora do projeto

Na próxima semana, de 09 a 12 de julho, a Escola Latino-americana de Dramaturgias Emergentes fará o encerramento do seu primeiro curso voltado para mulheres dramaturgas. Nesses quatro dias, as 25 mulheres participantes tratarão sobre “Dramaturgias Emergentes”, com a pesquisadora Takaiuna, criadora desta tecnologia social, que é a dramaturgia de base comunitária. Este projeto conta com recursos da Lei Paulo Gustavo do Governo Federal, operacionalizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, através do edital nº15/2023 – Ações Formativas em Goiás.

As aulas tiveram início em março. Ao todo foram ofertados cinco módulos mediados por dramaturgas brasileiras e de mais três países latino-americanos. No mês de agosto haverá o lançamento de um livro com textos cênicos inéditos, criados pelas participantes, que será publicado como resultado das atividades de formação da Escola.

Quem é Takaiuna e o que é a Escola de Dramaturgas

.A dramaturga e atriz Takaiuna é quem coordena esse projeto. A artista trabalha com Arte-Educação Patrimonial de Base Comunitária desde 2016, utilizando a arte como forma de perceber e sentir o mundo, sensibilizando crianças, adolescentes e jovens sobre a importância dos diversos patrimônios na construção da sua diversidade.

Como educadora patrimonial vem realizando ações em redes de educação formal e não formal nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste brasileiro, com foco em comunidades de assentamento e ribeirinhas.

Em 2016 Takaiuna fundou o Coletivo Justina de Arte Comunitária e Ancestral, com sua mãe, em busca da realização de trabalhos artísticos que integrem arte, comunidade e ancestralidade. Hoje o coletivo é reconhecido como Ponto de Cultura e vem atuando em diversos segmentos com outros artistas e coletivos parceiros.

Em 2017 representou o Brasil no 3o. Congresso Latino Americano de Cultura Viva Comunitária, em Quito/Equador, e em 2019 também foi selecionada para participar da 4a edição desse encontro, que naquele ano ocorreu de forma itinerante, percorrendo cinco cidades da Argentina.

Atualmente, Takaiuna desenvolve ações artísticas no Equador, México, Argentina e Bolívia, e busca aprimorar seu olhar estético e fronteirístico, se dedicando à pesquisa sobre dramaturgias e suas construções de significados em/para a cena.

Goiás e a primeira Escola de dramaturgas do Brasil

Segundo Takaiuna, coordenadora deste projeto, Goiás entra para a história do teatro brasileiro como sendo o território onde é criada a primeira escola de dramaturgas. “A escola é voltada para o processo de formação de mulheres, artistas da cena, que desejam contar suas próprias histórias”, comenta a idealizadora da Escola, que também explica o que envolve o que ela chama de “Dramaturgias Emergentes”, uma metodologia criada por ela própria, que vem pesquisando dramaturgias de base comunitária desde 2017:

“Pesquisando o teatro e a escrita para a cena em ambientes de formação comunitária, eu pude criar um método de escrita e de interpretação do eu chamo de Dramaturgias Emergentes. Aí, em 2022 esta metodologia foi reconhecida como tecnologia social pelo Banco de Saberes Iberoamericano, que através de projetos específicos une memória, patrimônio museológico, memória social, ação cultural comunitária e migrações. Então, essa Escola de Dramaturgas, em Goiás, é fruto do desenvolvimento dessa metodologia de trabalho já realizada através de oficinas e cursos em vários locais no estado de Goiás, mas também nos estados do Ceará, Minas Gerais, Pará, Maranhão e em países como o México, Bolívia, Argentina e Equador.”

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