Emergência climática: a importância da Amazônia na estabilização do clima global

As enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul ilustram dramaticamente os efeitos das mudanças climáticas, reforçando a urgência de conservar biomas como a Amazônia. A Floresta Amazônica tem um papel importante na regulação do clima global por estabilizar padrões meteorológicos e moderar as temperaturas.

Segundo Fabiana Prado, gerente do LIRA/IPÊ – Legado Integrado da Região Amazônica, do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas – por meio da sua capacidade de absorver dióxido de carbono, a Amazônia ajuda a moderar as temperaturas globais e estabilizar o ciclo hidrológico, que quando alterado, pode resultar em eventos extremos como secas e enchentes. ”A destruição da floresta resulta na liberação desse carbono, contribuindo ainda mais para o aquecimento global. Portanto, a conservação da Amazônia é importante não apenas para a biodiversidade e os ecossistemas locais, mas também como uma estratégia chave na luta contra as mudanças climáticas globais”, diz.

O LIRA/IPÊ, uma resposta estratégica e eficaz à devastação do bioma amazônico, atua nas áreas protegidas e abrange 58 milhões de hectares em 62 municípios dos estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre. A iniciativa inclui 59 áreas protegidas, como terras indígenas e comunidades extrativistas, representando 34% dessas áreas da região. “As áreas protegidas são mantidas com um índice bem menor de desmatamento, se comparadas a outras áreas, apesar de sofrerem pressão. Isso ressalta a importância de apoiar a proteção e gestão dessas áreas, das comunidades e modos de vida local e negócios associados à floresta em pé”, diz Fabiana.

Desde sua criação em 2018, o LIRA/IPÊ tem promovido ações significativas, apoiando 50 projetos que beneficiam diretamente 50.000 pessoas, com investimentos de R$ 46 milhões. “Essas iniciativas vão desde bioeconomia,  gestão territorial e ambiental até o fortalecimento de políticas públicas e governança local. O LIRA envolve uma rede de 125 organizações, incluindo sociedade civil, governos e empresas, com o objetivo de conservar a biodiversidade e fortalecer as comunidades locais”, diz.

A situação no Rio Grande do Sul serve como um lembrete crítico das conexões entre a ação ambiental e seus efeitos no clima global. “A conservação da Amazônia e iniciativas como o LIRA são essenciais não apenas para proteger ecossistemas vitais, mas também para promover um futuro mais resiliente e sustentável para o planeta. Este é um momento de agir decisivamente, reconhecendo que a conservação da Amazônia é uma das chaves para mitigar os desafios impostos pelas mudanças climáticas”, afirma Fabiana.

Previous Article
Next Article