Projeto capacita mulheres em vulnerabilidade social na cidade Estrutural

Tendo como público alvo mulheres de baixa renda, o projeto Flores do Cerrado oferta para moradoras da cidade Estrutural cursos de corte e costura e técnicas de artesanato gratuitamente. O objetivo é capacitá-las para uma nova fonte de renda, levando independência financeira e empoderamento feminino para as aprendizes. Em sua 2a edição, as oficinas também já passaram pelas cidades do Sol Nascente, Varjão e Riacho Fundo II.

As inscrições são abertas de acordo com a disponibilidade de cada módulo. Para os próximos, as interessadas podem se inscrever presencialmente, na ASFA – Associação Francisco de Assis, na Quadra 12, na cidade Estrutural, sempre de 14h às 18 horas. Atualmente, está sendo ofertado o curso de corte e costura. De 11 a 15 de março, serão ministradas aulas de bordado e de 18 a 22, oficina de feltro.

Uma das professoras do projeto é Juliana Silva, figura conhecida na moda sustentável do DF, transformando materiais descartados em obras de arte. Sua narrativa visual não apenas reflete suas raízes e ancestralidade, mas também desafia os padrões convencionais da indústria. Em 2023, a artista se destacou ao vestir o influencer Ivan Baron para a posse do presidente Lula. “O Flores do Cerrado não é só um curso de capacitação, mas é um projeto de vivência, de troca entre mulheres. E nessa troca de ensinar e aprender, a gente capacita mulheres, fortalece elas como empreendedoras, elas se veem dignas e capazes de se sustentar”, afirma.

Além de todo o material ser disponibilizado, incluindo máquinas de costura, tecidos, etc, a capacitação ainda fornece espaço seguro e com atividades recreativas para os filhos e/ou dependentes dessas mulheres. ”Eu, como mãe, me vi alguns meses atrás como essas mulheres se viam, pensando não ter mais o que fazer, apenas ficar cuidando da minha filha e não vai ter mais como eu continuar meu trabalho e o Flores do Cerrado, trazendo esse acolhimento para a mãe e para o filho, isso é de uma importância tão grande, inclusive para mim, que sou professora e estou tendo a oportunidade de trabalhar com a minha filha”, contou Juliana que é mãe da Olívia, de três meses.

Pamela Colaço também atua como professora no curso de corte e costura e reitera que o projeto traz uma nova perspectiva de vida a mulheres carentes. “Eu vejo em muitos relatos que o Flores é um resgate ao passado. Já ouvi alunas falando ‘Costura era uma coisa que eu queria ter aprendido a 30 anos atrás’, ou ‘Minha avó queria muito que eu aprendesse a costurar’. Elas ficam extremamente gratas e felizes, empolgadas e acaba trazendo diversas novas formas de pensar, desde reconstruir sua autoconfiança, como uma nova perspectiva de vida, para além do trabalho”, declara.

Cerca de 150 mulheres já passaram pelas capacitações e, segundo Fábio Barrera, idealizador e produtor do Flores do Cerrado, algumas até já estão produzindo seus próprios produtos para comercialização. “Algumas alunas já montaram juntas uma cooperativa, uma entidade associativa para a confecção de ecobags, para que elas possam ter os seus próprios sustentos com o objetivo de multiplicar esse conhecimento e, até mesmo, suas fontes de renda”, revela o produtor.

Juliana Silva se vê confiante diante da nova turma de alunas do curso de corte e costura. “Todas as pessoas que eu trabalhei, primeiro no Sol Nascente, e todas essas que eu estou trabalhando aqui na Estrutural são mulheres extremamente talentosas que por conta dos olhos fechados da sociedade, do governo e de muitas outras questões, são silenciadas. Então esse curso é uma forma de emancipação”, relatou.

O projeto Flores do Cerrado é desenvolvido pela CEDHuC – Comissão Especial de Direitos Humanos e Cidadania com apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal.

Serviço

Flores do Cerrado – Capacitação gratuita

Local: ASFA – Associação Francisco de Assis – Quadra 12 Conjunto D, Lote 45

Horário das aulas: Das 14h às 18h, de segunda à sexta

Período: até 22 de março 

Previous Article
Next Article