Centro-Oeste: região tem seis leilões de rodovias previstos para este ano; investimentos podem chegar a mais de R$ 50 bi

Em 2024, o Ministério dos Transportes quer conceder à iniciativa privada seis lotes de rodovias federais que cortam o Centro-Oeste. O governo espera garantir R$ 50,2 bilhões em investimentos nos mais de 3,5 mil quilômetros das BRs da região que devem ir à leilão este ano.

Em todo o país, o governo pretende abrir mão do controle de 13 rodovias ao longo do ano. A expectativa é de que as futuras concessionárias invistam cerca de R$ 122 bilhões nessas rodovias durante o período de validade dos contratos.

O fato de que quase metade das rodovias que devem ir à leilão este ano estarem no Centro-Oeste, sobretudo em Goiás e Mato Grosso, indica que o governo quer priorizar investimentos em rotas importantes para o escoamento da produção agrícola do país, avalia Rodrigo Petrasso, especialista em projetos privados.

“Quando a gente observa a distribuição geográfica dos 13 leilões que vão ser realizados, a gente percebe que tem um foco no escoamento de produção do Centro-oeste. A gente tem a BR-364, por exemplo, que faz Porto Velho – Vilhena, que é a Rota Agronorte, a gente tem a BR-153, a Sertaneja, que vai de Goiás para Minas Gerais, a BR-070, a BR-060, todas elas voltadas a criar novos canais de escoamento a partir de Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, em direção ao litoral, buscando a viabilização de uma malha rodoviária que permita o escoamento, para a exportação das commodities”, afirma.

Gargalos

O presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Venilton Taddini, diz que a má conservação das vias mina o trabalho feito pelo setor produtivo.

“O impacto é direto na questão do custo de transporte e logística. Você tem indústrias que são absolutamente competitivas, com tecnologia, com mão de obra capacitada, mas quando saem do portão da fábrica começam a ser oneradas por uma série de custos que acabam deixando o produto com menor competitividade”, lamenta.

Rodrigo Petrasso diz que a infraestrutura rodoviária em alguns pontos da região é concentrada em poucas rotas, o que prejudica o escoamento da safra. Segundo ele, investir em melhorias nas BRs que cortam o Cerrado vai ajudar a diminuir custos.

“A gente tem situações graves no Centro-oeste de vias que têm congestionamento constante e onde há um grande gargalo para a saída da mercadoria a partir da região. Você tem ali, às vezes, filas de dias para viabilizar a saída da produção. Ao dar alternativas e diversificar as rotas, você reduz os custos de frete, porque os transportes não demoram tanto. Também há uma redução dos custos, evidentemente, com pedágio, porque você otimiza as rotas dos caminhões quando tem uma malha mais pulverizada. Evidentemente, essa flexibilidade resulta em custos menores e gastos com manutenção.”

Das 13 concessões previstas para este ano, 10 se localizam nos chamados “corredores do agro”.

 

 

 

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