Setembro em Flor: campanha de conscientização sobre tumores ginecológicos

O mês da primavera é o período escolhido para florescer uma campanha de conscientização para manter a sociedade bem informada e saudável. A ação Setembro em Flor visa alertar a população sobre os fatores de risco, sinais e sintomas precoces dos cânceres ginecológicos, que se localizam no colo do útero, no endométrio, no ovário, na vagina e na vulva. O objetivo é incentivar diagnóstico, tratamento e redução de sequelas, além de salvar vidas das mulheres brasileiras.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estão previstos 704 mil novos casos de câncer para cada ano do triênio 2023-2025 no Brasil. Desse total, mais de 30 mil diagnósticos são de tumores ginecológicos, o que representa mais de 13% do todo, excluindo o câncer de pele não melanoma.

Entre as neoplasias ginecológicas, no Brasil, a mais prevalente é o câncer do colo do útero, com aproximadamente 17 mil novos casos e 7 mil óbitos por ano. Outro fator que deve ser motivo de alerta é que a cada 90 minutos uma mulher morre por causa dessa neoplasia.

O câncer ginecológico apresenta grandes chances de sucesso no tratamento quando o tumor é detectado precocemente e, para isso, é importante que as pessoas saibam disso e mantenham a vigilância. A oncologista clínica do Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (INGOH) Ana Cláudia Lima reforça que medidas simples auxiliam na prevenção do câncer de colo do útero.

“A vacina contra o HPV é uma importante alternativa para combater esse tipo de neoplasia e está disponível no SUS. Apesar disso, precisamos quebrar algumas barreiras ainda, entre elas, a de associarem o imunizante ao início da vida sexual. É importante ressaltar que a eficácia da vacina é ainda maior, quando meninas e meninas não tiveram contato com o vírus, mas isso não quer dizer que a criança ou o adolescente iniciará suas práticas sexuais ao tomar a vacina, isso é um mito disseminado na população, que precisamos combater”, explica a oncologista.

No Brasil, de acordo com a especialista, a cobertura vacinal ainda é baixa. Em média 53% das meninas completaram o esquema vacinal e apenas 27% dos meninos fizeram as 2 doses.

Ana Claudia Lima apresenta dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícias (Febrasgo), os quais demonstram que cerca de 80% da população sexualmente ativa já teve contato com o vírus do HPV e o pico de incidência é dos 18 aos 25 anos. De acordo com a médica, 80% das infecções desaparecem sem deixar sequelas; os demais podem desenvolver verrugas genitais e câncer do colo do útero.

Lima ainda ressalta que consultas de rotina com ginecologistas e manutenção de exames em dia auxiliam no diagnóstico precoce. “E isso corrobora para um tratamento menos agressivo e até para cirurgias menos invasivas”, finaliza.

 

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