Cresce a procura por aluguel de imóveis mobiliados em Goiânia

O modelo de locação de imóveis mobiliados de curta duração está presente em praticamente todas as regiões metropolitanas do Brasil. A expansão no setor imobiliário desta categoria se deve também ao uso de novas tecnologias e o aumento na popularidade de plataformas digitais como a Airbnb, Booking, Hoteis.com, entre outras.

No caso da Airbnb, um panorama feito pela empresa em 2022, mostra que em 2021, o número de check-ins de hóspedes cresceu 2,9 milhões em relação a 2019. Estes dados reforçam o crescimento do setor e a mudança de perfil dos consumidores que buscam imóveis com mais conforto e praticidade mesmo em estadias de curto prazo.

Ainda de acordo com a pesquisa, o aumento das locações realizadas pela plataforma digital em 2021 gerou diretamente 44 mil novos postos de trabalho em relação ao ano de 2019. O boom do setor também provocou uma mudança estratégica de mercado das incorporadoras de imóveis, que agora começam a criar novos produtos para atrair os locatários e investidores.

Dados da URBS Imobiliária mostram que o perfil dos locatários tem mudado e que a procura por aluguéis de imóveis mobiliados tem aumentado nos últimos anos. A empresa começou a trabalhar no segmento há oito anos, inicialmente em pequena escala. Mas a demanda só cresceu. De acordo com a diretora comercial, Gyselle Campos, o aumento foi de 40% por cento só em 2022.

Segundo a diretora, os maiores interessados são estudantes, famílias que precisam reformar sua casa, pessoas em tratamento de saúde, profissionais de fora que precisam passar parte da semana ou do mês em Goiânia. Outro perfil que tem se tornado frequente é composto por pessoas que precisam ficar poucos dias na cidade e não querem ficar em hotel. “São congressistas, concurseiros, entre outros”, disse ela.

Por isso, a empresa, que já tem uma carteira de apartamentos mobiliados para locação de longo prazo, agora lança a opção para o consumidor alugar por curta duração, a partir de 15 dias. “Hoje queremos atender uma demanda que já bate em nossa porta e por isto estamos nos adaptando a um formato de locação mais flexível, prático e confortável para este perfil de cliente. Temos muita procura por executivos, empresas que fazem a transferência de profissionais para desempenhar projetos temporários, estudantes, concurseiros, pessoas que moram fora do Brasil que vem passear, que buscam tratamento médico ou estético em nossa cidade”, diz Gyselle.

Vale destacar que Goiânia tem o seu maior turismo na área da saúde, seguido por negócios empresariais e compras respectivamente, segundo o último Censo Hoteleiro dos Municípios do Estado de Goiás 2022/2023 elaborado pelo Observatório do Turismo do Estado de Goiás, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Sindicato de Hotéis de Goiânia (SIHGO) e a Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul).

Dados coletados em 2022 apontam que 57,06% das pessoas que se hospedam em hotéis e pousadas da capital buscam por algum tipo de tratamento médico. Já 48,24% dos visitantes entrevistados preferem se dedicar ou participar de negociações empresariais e 35,88% escolhem fazer compras.

Vantagens

Gyselle observa que, dentre as vantagens investir em um imóvel mobiliado, estão a maior rentabilidade e valorização do patrimônio aumentando a velocidade da ocupação. Enquanto uma locação tradicional a partir de 12 meses rende, em média, 0,45% do valor do imóvel, quando o imóvel é mobiliado, o percentual sobe para 0,55% ao mês. Se for de curta duração, o percentual sobe para 0,8%, claro que a rentabilidade se dá de acordo com a idade, região e acabamento do imóvel.

A título de exemplo, se o imóvel tem valor avaliado em 100 mil reais, o locador receberia R$ 450 na locação tradicional, R$ 550 se fosse mobiliado e alugado em contrato de 12 meses, e R$ 800 ao mês se estiver mobiliado e locação for de curta temporada.

“É importante lembrar que na locação por curta temporada, as despesas de condomínio, IPTU e outros encargos já estão inclusos no valor total da locação, sendo uma praticidade para quem mora, não precisando de controlar e pagar várias contas. O locador ou imobiliária recebe os valores dos encargos e faz o pagamento junto às concessionárias, diz. A diferença das duas modalidades é que na locação tradicional mobiliada a rentabilidade é um pouco menor, contudo mais estável; já na locação mobiliada por curta temporada, a rentabilidade é maior, mas é menos estável a vacância de ocupação.

O payback, ou seja, o tempo médio que o investidor leva para recuperar o investimento feito no imóvel mobiliado, depende do valor gasto, do tamanho da residência e do tipo de contrato firmado entre as partes.

Célio Dantas, proprietário que optou em alugar seu apartamento totalmente mobiliado, afirma que os contratos de longa duração de imóveis mobiliados são mais rentáveis e interessante para quem faz um alto investimento de acabamento, mobília e decoração. “Comprei um imóvel com o objetivo de alugar mobiliado. Gastei 100 mil reais na decoração e na mobília para um espaço de 76m². Espero ter de volta o valor investido em até 8 anos. Acabei de fechar um contrato longo de 36 meses. Optei por este tipo de contrato porque acho mais rentável e interessante”, relata.

Para a locatária, Francislane Freitas, de Jataí, que aluga um apartamento no setor oeste, para os estudos do filho na capital, a possibilidade de alugar um imóvel mobiliado diminui os transtornos e aumenta a praticidade. ” Nos alugamos uma residência no RJ e tivemos que mobiliar. Depois foi um transtorno na entrega do apartamento porque tínhamos que tirar todos os móveis e não tinha onde colocar tudo. Quando viemos de Jataí para Goiânia sob a orientação da URBS já tínhamos uma lista de apartamentos para visitar. Olhamos alguns e escolhemos um novo e bem instalado. Fechamos um contrato de 3 anos. Foi mais fácil e acredito que estamos pagando um preço justo pelo investimento que o proprietário fez no imóvel”, declarou.

Papel da imobiliária

É importante frisar que antes de alugar qualquer imóvel, o proprietário deve tomar algumas precauções. Neste sentido, Gyselle explica que a função da imobiliária vai além dos tradicionais Market Places que apenas reúnem anúncios de ofertas de locação e o interessado negocia diretamente com o proprietário.

A função da imobiliária contratada é oferecer todo o suporte jurídico e administrativo necessários para que a locação aconteça com segurança jurídica, independe da duração do contrato, ou se o imóvel é mobiliado ou não. “No caso da residência mobiliada, o cuidado precisa ser ainda maior, o que inclui avaliação adequada do valor do aluguel, realização de fotos profissionais, montagem de anúncio e estratégia de divulgação com foca na alta rotatividade, central de atendimento, análise do perfil dos locatários, elaboração do termo de vistoria inicial detalhado (inventário do imóvel), elaboração de contratos, levantamento e controle de pagamento de débitos de encargos iniciais, gestão das solicitações de limpeza e lavanderia de entrada, vistoria final (check out), realização de reparos emergentes de ordem estrutura, suporte no orçamento para reposição de itens e assessoria jurídica”, explica a gerente de locação.

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