‘Faz sexo’ enquanto dorme, mas não se lembra?

Entenda como a “Sexsonia” pode causar prejuízos graves aos pacientes não tratados

A parassonia sexual, chamada de sexsonia, é um comportamento que acontece durante o sono e se caracteriza pela automasturbação ou masturbação do parceiro, emissão de sons (gemidos, por exemplo), gestos e movimentos, além da atividade sexual propriamente dita. Associada ao sonambulismo, a sexsonia também é relatada por orgasmos durante o sono e violência sexual contra o parceiro.

As consequências sociais, físicas e psicológicas podem ser bem graves, assim como para a vida reprodutiva, pois, afinal, ela passa pelo sono. Apesar de não existirem estatísticas precisas sobre esse comportamento, uma vez que pode haver subnotificação, os estudos e casos clínicos reportam maior prevalência de sexsonia em homens (64% e 81%). Alguns pacientes relatam histórico de sobreposição de parassonias ao longo da vida.

De acordo com Monica Levy Andersen, doutora em Psicobiologia e professora da UNIFESP, existem quatro motivos que levam à necessidade de aprofundar os estudos sobre a parassonia sexual: (1) preocupação crescente com a ocorrência de eventos sexuais durante o sono; (2) cada vez mais distúrbios do sono têm sido associados a esses eventos; (3) eventos dessa natureza podem ser diagnosticados clinicamente e/ou por polissonografia e podem ser tratados; (4) as consequências jurídicas relacionadas aos episódios sexuais durante o sono.

Os dados foram apresentados pela especialista no Congress on Brain, Behavior and Emotion 2023 — maior evento científico da área de Neurociências no Brasil. Na sua passagem pelo Congresso, Monica também compartilhou os relatos comuns associados à parassonia sexual.

– Amnésia, o paciente raramente lembra do episódio;

– A pessoa que comete os atos sexuais enquanto dorme, normalmente, não se machuca, ao contrário do que acontece com o parceiro(a);

– Episódios são relacionados ao sonambulismo ou terror noturno;

– Há poucos casos na literatura com análise polissonográfica e videogravação.

A boa notícia diante de algo que pode prejudicar demais a vida das pessoas, é que há tratamento para a sexsonia.

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