Escolas cogitam abolir o dever de casa
Em Americana (SP), o Colégio Americana realiza um processo de ressignificação da tarefa para que a criança possa entender sua importância, bem como o objetivo dela. “Dizer que é fácil criar o hábito dos estudos, não é. Mas, ainda, acredito que a escola precisa ser vista como prioridade e que os assuntos relacionados à ela são os principais motivos pelos quais os adolescentes se reúnem pós-aula. E essa convivência também é construída”, comenta Adriane Santarosa dos Santos, mestre em Educação, diretora e proprietária do colégio.
Para Adriane, o dever de casa é importante para mostrar que estudo e leitura também se faz fora do ambiente escolar. Ela acredita ser necessário ter em casa, um espaço para ler, guardar material, escrever, fazer pesquisas, entre outros.
A educadora também enxerga a lição como uma oportunidade da família poder enriquecer com as experiências, uma vez que o estudo precisa ser uma parceria escola-família. “Se for para manter uma rotina, diria que o dever de casa deveria ser quatro vezes na semana, mas é importante considerar o tempo para realização das tarefas e se são escolas de período integral”, pontua.
Adriane afirma que no dia a dia percebe que quando há solicitação de tarefas para crianças de educação infantil do 1º e 2º ano, há bastante envolvimento e alegria em realizar as atividades. A partir do 3º até o 5º ano, as famílias apoiam, mas a obrigação e o hábito ficam mais para o aluno, que resistem um pouco.
Do 7º ano em diante, a educadora diz que há resistência, mas o senso de obrigação fica mais forte e os estudantes fazem o dever de casa com “menos resistência”.
“Sempre há casos específicos que precisam de ações mais diretas e específicas. Mas o professor também precisa usar a tarefa como continuidade, complemento e necessidade para que ela seja realizada”, conclui.