90% dos nódulos de tireoide são benignos, mas requerem acompanhamento
O Dia Internacional da Tireoide, lembrado sempre em 25 de maio, chama a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce das doenças tireoidianas. A tireoide é uma glândula localizada na região do pescoço, responsável por produzir os hormônios tiroxina (também chamado de tetraiodotironina – T4) e tri-iodotironina (T3). Ambos auxiliam na manutenção da pressão sanguínea, do ritmo cardíaco, do tônus muscular e das funções sexuais.
Nódulos na tireoide são bastante comuns e cerca de 90% desses nódulos são benignos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Além disso, os cânceres de tireoide têm comportamento de maior benignidade e o sucesso do tratamento pode chegar a 97% dos casos.
As pessoas mais predispostas a terem nódulos tireoidianos são os idosos, as mulheres e pacientes que tenham hipotireoidismo por tireoidite de Hashimoto. Regiões com carência de iodo e história de exposição prévia à radiação também aumentariam a formação de nódulos.
Embora ainda não se conheça todos os mecanismos que levam à formação dos nódulos, as principais causas seriam bócio colóide (células normais da tireoide), cistos simples, tireoidites (inflamação na glândula levando à formação de nódulos) e neoplasias.
Algumas características necessitam de uma cautela maior: nódulo com crescimento muito rápido, história de irradiação (radioterapia) prévia na região cervical (pescoço) e rouquidão súbita.
Vale frisar que o nódulo é uma alteração de “estrutura”, não influencia na função da tireoide. Algumas pessoas fazem certa confusão com isto, questionando como podem ter nódulo se o exame de sangue nunca acusou nada. Embora indivíduos com hipotireoidismo tenham maior chance de ter nódulo, a maioria das pessoas com nódulos tem função da tireoide normal.
Não há indicação de medicamento para nódulo tireoidiano, a não ser que o paciente também apresente hipotireoidismo (redução dos níveis hormonais). Nestes casos, pode até ocorrer redução do tamanho do nódulo com o tratamento e normalização do TSH (hormônio que estimula a tireoide), mas não há evidência científica para prescrição de medicação para indivíduos que não tenham alteração da função da glândula.
A maioria dos nódulos não precisa ser puncionada, mas requer acompanhamento semestral ou anual com imagem. Atualmente, seguimos algumas diretrizes internacionais e nacionais (SBEM-Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) para se indicar ou não a punção. Embora a menor parte dos nódulos (5-10%) seja por neoplasia (câncer de tireoide), a avaliação e o seguimento especializado são fundamentais.