Centro Cultural Octo Marques recebe exposições sobre o carnaval e a vida interior ‌

Em clima carnavalesco, o Centro Cultural Octo Marques, unidade da Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás), abre a temporada 2023 de exposições com as individuais ‘divino carnaval’ , de Badu, e  ‘enquanto sua mãe picava cebola’, de Arthur Monteiro que ficam em cartaz até 17 de março, na galeria Sebastião dos Reis. A visitação é gratuita, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

“Divino Carnaval”, com curadoria de Paulo Henrique Duarte-Feitoza, traz os resultados das constantes investigações de Badu sobre as relações existentes entre o Carnaval e o sagrado. A festa de fevereiro, constantemente interpretada como uma festa profana, toma contornos sacros em que o artista se estabelece enquanto um fiel dessa folia. Pedrarias, lantejoulas, paêtes, purpurinas entre tantos outros elementos típicos dessa época, compõem esse altar folião e são utilizados na constituição de obras que evocam devoção ao Carnaval. As peças da mostra foram criadas entre 2021 e 2023 e adentram diversas linguagens.

Já “enquanto sua mãe picava cebola”, com curadoria de Glayson Arcanjo, reúne um conjunto numeroso de desenhos feitos por Arthur Monteiro entre 2022 e 2023. As obras foram distribuídas em quatro séries, originadas do interesse do artista em desenvolver uma constante experimentação das possibilidades criativas dos papéis manteiga e vegetal, aliadas ao uso da tinta acrílica e do grafite. O desenho é entendido por Arthur Monteiro como uma via de aproximação com o mundo, para conhecê-lo e tateá-lo, e nele se articular memórias, pensamentos, impressões, em jogos de sobreposição e justaposição de folhas de papel. Na exposição, o espectador é convidado a visitar essa ampla paisagem, nela traçar seus percursos, por imagens de sua própria vida interior.

‌‌Sobre os artistas

Badu, natural de João Pessoa (PB), tem 22 anos. Estudante de Artes Visuais no grau Bacharelado pela UFG, reside na cidade de Goiânia desde criança e estabelece fluxos entre o Nordeste e o Centro-Oeste do Brasil. No seu trabalho explora as brasilidades e as relações existentes nas festividades populares do Brasil, e assim, investiga como folias, folguedos e festejos dos mais diversos podem atuar na constituição de identidade. Dentre essas questões, o Carnaval é sua maior pulsão, sendo a principal vertente do imaginário do artista nas mais diversas linguagens como desenho, pintura, fotografia e vídeo.

Arthur Monteiro tem 23 anos e é natural de Porto Velho (RO). Vive e trabalha em Goiânia. É artista e graduando no bacharelado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Suas investigações perpassam pela fotografia, pelo vídeo, pela música, e se centram na prática do desenho e em seus possíveis trânsitos com as imagens da cultura, da memória e da imaginação.

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