HPV provoca 70% dos casos de câncer de colo do útero no país

Frequentemente assintomático nos estágios iniciais, o câncer de colo do útero é o terceiro mais incidente entre as mulheres no Brasil e deve registrar, em 2023, cerca de 17 mil novos casos no país. Quando diagnosticado precocemente, chega a ter 90% de chance de cura, mas o ideal é evitá-lo, medida possível, principalmente, graças à vacina contra o HPV. Disponível no Sistema Único de Saúde e na rede privada, ela segue no topo do ranking dos aliados da saúde da mulher, visto que 70% dos casos da doença são causados pelo Papiloma Vírus Humano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

“É muito positivo o fato do acesso à vacina, sobretudo na rede pública, ter aumentado nos últimos anos. É uma conquista!”, declara a cirurgiã oncológica Danielly Gobbi, que atua na Oncomed-MT, em Cuiabá. Atualmente, o imunizante está disponível para meninas de 9 a 14 e meninos de 11 a 15 anos, gratuitamente, nos postos de saúde. Para pessoas com HIV ou que tenham sido submetidas a transplantes, a disponibilidade é mais abrangente (mulheres de 9 a 45 anos e homens de 9 a 26 anos), e isto inclui pacientes oncológicos. “É sempre importante lembrar que, no caso de pacientes imunodeprimidos, o uso da vacina deve ser feito mediante indicação médica”, observa.

A cirurgiã oncológica destaca, ainda, que o HPV pode provocar, além do colo do útero, tumores na vagina, vulva, ânus, pênis, boca e garganta. O HPV – Papiloma Vírus Humano é transmitido por meio do contato direto com a pele ou mucosa infectada, sendo que a principal forma de contágio é pela via sexual.

Papanicolau – Assim como em todos os cânceres, os tumores de colo do útero apresentam elevados índices de cura quando detectados no começo. Neste sentido, além da vacina contra o HPV, a consulta periódica com o ginecologista também é fundamental à saúde feminina. “O exame Papanicolau, que integra os procedimentos das consultas ginecológicas anuais, deveria ser feito regularmente a partir do momento em que se inicia a vida sexual. Neste aspecto, a saúde brasileira precisa avançar, adequando as indicações da realização do exame, que hoje é recomendando, apenas, para idade superior aos 25 anos”, pontua a médica.

Sinais e sintomas – O câncer de colo do útero costuma não apresentar sinais na fase inicial. Quando os sintomas aparecem, os mais importantes são sangramento vaginal (principalmente depois de relações sexuais, após a menopausa ou no intervalo entre as menstruações) e corrimento vaginal de cor escura e forte odor.

Tratamento – A linha a ser adotada deve considerar as condições de cada mulher. O tratamento do câncer de colo do útero pode ser composto por cirurgia, radioterapia e quimioterapia, e os procedimentos a serem utilizados levam em consideração o estágio da doença, a idade e a saúde da paciente.

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