Construção civil sofre com apagão de mão de obra em Goiás

Como solução, construtoras oferecem capacitação de trabalhadores para os canteiros de obras; Construtora goiana acaba de finalizar a formação de 10 novos pedreiros

O desempenho da Construção Civil continua em crescimento, apesar do cenário econômico que o país está vivenciando após quase 3 anos da pandemia da Covid-19. No segundo trimestre de 2022, o mercado surpreendeu com a aceleração do PIB do setor, que no mesmo período do ano anterior, sofreu uma variação positiva de 10,5%. Neste ano, a projeção de crescimento do PIB é de 5,9%.

Os números refletem na alta demanda nos canteiros de obra por profissionais qualificados. Em números absolutos, a construção civil foi o segmento que obteve o maior crescimento em saldo de empregos. Até o mês de setembro, o estoque chegou a 92.700 vagas, uma variação relativa de 18,8%, segundo identificou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Segundo estimativa do presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Goiás (Sinduscon-GO), Cezar Mortari, até julho, existiam 100 canteiros de obras ativos em Goiás e cerca da metade delas foi iniciada em 2022. “Isso significa a geração de 5 mil empregos”, calculou.

Mesmo com bons números, o setor acende alerta para a falta de mão de obra qualificada no mercado de trabalho. Para manter o crescimento nos próximos meses, construtoras passaram a oferecer cursos de capacitação para novos trabalhadores e até mesmo a equipe interna, o que favorece o crescimento profissional do colaborador dentro da empresa.

Com quatro obras em andamento, a GPL Incorporadora investiu em uma escola interna de formação, em parceria com o Senai, e já formou uma turma de eletricistas e encanadores. Outra turma de pedreiros acabou de concluir o curso em novembro e esses profissionais já estão classificados em nova função e com salário maior. “Todos eram serventes e vão ser absorvidos pela própria demanda interna. Além de ser uma oportunidade para os colaboradores, é um retorno para a empresa a capacitação desses profissionais”, reforça a auxiliar de engenharia da GLP, Thyallita Ribeiro de Souza.

Cursos – Durante este ano, foram realizados pela construtora dois cursos, com 22 pessoas capacitadas. O primeiro, de eletricista e encanador, contou com 12 participantes que aprenderam técnicas de leituras de projetos. O segundo curso, de pedreiro, onde foram ensinadas técnicas de alvenaria, reboco interno e contrapiso, teve o interesse de 10 pessoas. Ambos os cursos tiveram duração aproximada de 2 meses e meio, com aulas aos sábados pela manhã. “Foi muito gratificante participar desse momento, juntamente com toda equipe que se dispôs a fazer parte dos cursos, oferecendo um pouco do conhecimento de cada um”, destaca Thyallita Ribeiro.

O pedreiro Miguel Eufrásio Teixeira Júnior, de 39 anos, que até então trabalhava como servente, afirma que a oportunidade que a empresa ofereceu de aperfeiçoamento vai ajudá-lo no crescimento dentro da própria construtora. “Eu achei bacana a GPL ter me dado a oportunidade de crescer na minha profissão”, disse.

Segundo o engenheiro Daniel Franco, que é gerente técnico da GPL, novos cursos devem ser realizados em 2023, mas as vagas seguem abertas. Segundo ele, a empresa precisa de pedreiros, encanadores, eletricistas e ajudantes. “Além da alta demanda, existe a rotatividade e nem sempre dá tempo de aguardar o tempo necessário para formar um novo profissional”, explica Franco, que lembra que o mercado da construção civil está oferecendo vagas com bons salários e buscando capacitar quem tem interesse. “O setor da construção civil está aquecido, remunera bem e oferece oportunidade de crescimento”, sugere.

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