Deputado pede que Augusto Nardes seja impedido de atuar em processos que envolvam Jair Bolsonaro
Elias Vaz alega a suspeição do ministro, flagrado em áudio com falas antidemocráticas e em apoio ao atual presidente
O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) pediu nesta terça-feira (22) a suspeição do ministro do Tribunal de Contas da União, João Augusto Ribeiro Nardes. O parlamentar solicitou ao TCU que o ministro seja impedido de atuar em processos em que o presidente Jair Messias Bolsonaro figurar como parte. A representação argumenta que houve comprometimento da parcialidade de Nardes, que teve divulgado pela imprensa áudio com falas antidemocráticas contra o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
“Essa gravação é gravíssima! O ministro deixou claro que apoia as manifestações abusivas e antidemocráticas financiadas por empresários e pelo ramo do agronegócio já identificados pelo Tribunal Superior Eleitoral, e que, portanto, também faz parte do grupinho que insiste em não aceitar a derrota nas eleições. É inadmissível que um ministro, com conexão clara com o atual presidente, analise ações referentes a Bolsonaro em um órgão técnico sério de fiscalização como o TCU”, afirma Elias Vaz.
O parlamentar completa que o áudio enviado pelo ministro corrobora com as pautas golpistas e revela uma postura parcial, ou seja, favorável ao Presidente Jair Bolsonaro. “A postura do ministro está contaminada e ele não tem mais condições morais de julgar nenhuma ação que envolva Jair Bolsonaro após defender ruptura institucional para beneficiar o presidente”.
O áudio – Na gravação, que teria sido enviada a um grupo de amigos do agronegócio no WhatsApp, o ministro afirma, dentre outros fatos, “estar acontecendo um movimento muito forte nas casernas” e que, em breve, aconteceria um “desenlace forte na nação”. Augusto Nardes diz ainda que “a situação para o futuro da nação poderá se desencadear de forma positiva, apesar desse principal conflito que deveremos ter nos próximos dias ou nas próximas horas”.
Em outro trecho, ele ressalta: “Agora veio o Bolsonaro, que despertou a sociedade conservadora e hoje todo mundo está nas ruas aí fazendo a sua defesa desses princípios. Demoramos, mas felizmente acordamos. Demoramos, mas felizmente acordamos”. O ministro revela qual a ideologia sob a qual atua quando informa: “eu acho que é o grande momento, baseado no que falou esse caminhoneiro lá de Sinop, de que é necessário acordar todo o Brasil. Acordar, despertar, ter fé e crença, como nós tivemos lá em (20)15 apresentando pela primeira vez um processo que desmontou, de certa forma, essas estruturas que eles conseguiram remontar agora”.