Eleições 2022: como evitar estresse e ansiedade até domingo

No próximo domingo, 30 de outubro, acontecem as eleições do segundo turno para presidente e governadores em alguns estados. Além do desgaste natural de uma longa campanha, 2022 se caracterizou por uma polarização ainda maior e que trouxe à tona desavenças políticas e ideológicas para o círculo social e familiar. Neste cenário, o Eu Atleta conversou com um especialista para saber como lidar com a ansiedade em relação ao resultado e às relações pessoais. Veja 12 dicas montadas a partir das orientações do médico psiquiatra Higor Caldato.

Não se isole numa bolha – Não adianta dar unfollow em todos os que pensam diferente de você. Isso vai te deixar vivendo em uma bolha descolada da realidade, que é plural;

Unfollow terapêutico – Tente não ficar preso a uma bolha, mas vale deixar de seguir perfis, páginas e pessoas que compartilham fake news e mensagens de ódio e que te botam para baixo. Não ler comentários de desconhecidos também é uma boa medida, que te blinda inclusive de posts invadidos por robôs;

Tente manter a tolerância nas relações pessoais – Não seguir pessoas e páginas que publicam posts que te fazem mal é uma coisa, mas cortar parentes e amigos da vida é diferente. O ideal é buscar outros assuntos em comum. Não adiantando, diminuir o convívio durante esse período. Cortar relações deve ser o último recurso;

Evite o excesso de informações e fake news sobre as eleições – Escolha fontes jornalísticas de confiança;

Atualize-se apenas uma vez por dia – Escolha um horário para ler as notícias do dia, saber se houve alguma nova pesquisa de intenção de voto, alguma nova declaração ou fato novo. De preferência, não o faça na hora de dormir, para não perder o sono;

Mude o foco – Nos outros momentos do dia, leia sobre outros temas, veja programa sobre outros assuntos;

Pratique atividades que sejam terapêuticas para você – Caminhar, ler, ouvir música, meditar, assistir a um filme ou série leve, jogar jogos de tabuleiro, praticar o seu hobby: vale escolher aquilo que te relaxa e te faz feliz;

Exercite o corpo – Atividades físicas e esportes liberam hormônios importantes para o bem-estar e ainda oxigenam o cérebro, facilitando a tomada de decisões;

Exerça o autocuidado – Melhorar a autoestima e buscar fontes de relaxamento é sempre importante: massagens, meditação, banhos mornos e até mesmo investir na própria espiritualidade podem ser bons aliados;

Durma bem – Um sono de qualidade faz toda a diferença na hora de garantir o equilíbrio emocional;

Cuide da alimentação e busque uma nutrição mais relaxante – Nada de alimentos gordurosos e pesados, que podem embrulhar o estômago e causar desconfortos. À noite, invista em chás sem cafeína;

Não se abstenha de ter e defender uma opinião – Construir sua própria opinião contribui para diminuir a angústia, desde que ela não seja acompanhada por intolerância em relação às opiniões dos outros.

Como manter as relações pessoais e familiares?

Para o médico psiquiatra Higor Caldato, deve-se evitar alguns comportamentos, como não tocar no assunto política ou não ler comentários em postagens “para não passar raiva”, deve ser analisado por diversos ângulos. Há um lado bom, de não deixar nutrir sentimentos negativos, que podem afetar a saúde física e mental, mas também existe a necessidade em manter sua opinião frente ao contraditório.

– A depender da personalidade de cada pessoa, alguns terão um comportamento evitativo sobre a discussão do assunto, mesmo que essa discussão seja saudável. Abster-se de construir uma opinião própria a respeito (das eleições) não deve ser uma solução em respeito a si mesmo e a todos os outros que têm suas vidas afetadas pelo resultados das eleições – ressalta o psiquiatra.

Segundo Higor, todas as emoções são importantes, inclusive a raiva. Ela precisa, no entanto, ser administrada e conduzida para ações positivas que ajudem a sairmos da “zona de conforto”, por exemplo, dando a oportunidade para as mudanças necessárias.

– Parar de ler os comentários nos posts sobre política pode ser uma estratégia de redução de danos para quem não está conseguindo lidar com a raiva e que está comprometendo sua saúde emocional diante disso. Procurar um tratamento psicoterápico vai ajudar a gerenciar melhor as emoções, independentemente dos gatilhos presentes – comenta.

De qualquer maneira, há consenso quando se trata da necessidade de manter o respeito e a tolerância em relação às escolhas individuais de cada um. Cortar relações, dessa maneira, seria um “último recurso” para proteger a própria saúde mental. Em caso de posições inflexíveis das partes, manter o distanciamento pode ser a única saída.

– Cortar relações com alguém também pode ser uma estratégia quando houver necessidade de preservar a saúde ou os valores de cada um. Pode ser um acordo entre os amigos ou os parentes, não discutirem sobre política se as partes são inflexíveis em suas decisões. Entender os limites de cada um nesse debate político e valorizar outros fatores que fortalecem os vínculos entre si – comenta Higor Cadalto.

 

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