Goianas na Urna realiza Imersão Formativa para mulheres em agosto

As inscrições para o treinamento estão abertas e são gratuitas.

Nos próximos dias 6 e 7 de agosto, o Goianas na Urna irá realizar uma imersão formativa gratuita, para incentivar as mulheres de Goiás a participarem mais ativamente da política. O treinamento é aberto para mulheres com todos os níveis de experiência na política: desde as que ainda não se filiaram mas querem se envolver com a política até aquelas que já são pré-candidatas. No domingo do treinamento, dia 7, as selecionadas que estiverem presentes poderão concorrer ao sorteio de 50 ajudas de custo, no valor de R$150 reais. Para participar é preciso fazer inscrição até dia 22 de julho.

Para a doutora em Ciência Política, Deborah Thomé, os desafios que afastam as mulheres da política decorrem do fato de que “as campanhas no Brasil são muito caras, as mulheres normalmente conseguem menos acesso a recursos, e o próprio tempo se torna um recurso limitado para conseguir, de fato, alcançar espaços significativos na luta política. A mulher é olhada pelos eleitores e eleitoras como alguém que não é esperado de estar naquele lugar. Repetimos muitos padrões. Então como sociedade, se queremos mudar de alguma forma essa realidade é preciso que os partidos e que o Estado interfira numa relação que é de desigualdade.”

O Goianas na Urna vem ganhando destaque no apoio a mulheres na política de todos os partidos. Desde 2018/20, já apoiaram 30 mulheres, e várias delas foram eleitas em cidades como Pirenópolis, Cavalcante, Formosa, Cidade de Goiás e Goiânia. As inscrições para a formação e seu processo seletivo seguem abertas e podem ser realizadas pelo link https://bit.ly/Psel_ImersaoFormativa_GnU_2022

Segundo a cientista política da University College London, Malu Gatto, Conselheira do Goianas na Urna, a pouca representação de mulheres nos espaços de poder se dá porque: “Existem obstáculos estruturais que tem a ver com o espaço que a mulher ocupa tradicionalmente na sociedade e as disparidades de gênero que existem de forma mais ampla. Isso significa que tradicionalmente as mulheres são quem tem mais responsabilidades domésticas e de cuidados, o que não somente gera expectativas com relação ao papel que a mulher deve ocupar na sociedade, mas também evidencia a restrição de tempo e de recursos. A cultura política também acaba criando uma associação entre liderança e o masculino. Iniciativas como, por exemplo, o curso do Goianas na Urna são muito importantes nesse sentido de promover a autopercepção das mulheres com relação à política, como o espaço que elas ainda devem ocupar.”

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