“Parem de tentar privatizar nossas empresas públicas”, diz Lula

Em conversa com movimentos sociais e partidos políticos, em plenária popular nesta quarta-feira, (11) em Juiz de Fora (MG), o ex-presidente Lula voltou a criticar a política privatista do atual governo e disse que, em vez de vender empresas públicas que já estão prontas, é preciso aprender a fazer política econômica.

“Quero aproveitar esse humanismo reinante nessa sala, esse calor democrático, para dizer ao governo brasileiro e dizer aos empresários: parem de tentar privatizar nossas empresas públicas. Quem se meter a comprar a Petrobras vai ter que conversar conosco depois da eleição. Parem de tentar privatizar a Eletrobras porque, se não fosse a Eletrobras, não teria o programa Luz para Todos, que custou ao povo brasileiro R$ 20 bilhões e só pôde ser feito porque a empresa era pública. Parem de privatizar os Correios, não tentem privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES, o BNB e o Basa. Aprendam a trabalhar, aprendam a investir, aprendam a fazer política econômica, em vez de vender as coisas que já estão prontas”.

Lula lembrou do desmonte pelo qual a Petrobras passa e voltou a mencionar a contradição explícita com a rede de distribuição, com a decisão do governo de vender a BR, sob argumento de que haveria competição e preços baixos e, em vez disso, o Brasil contabiliza 392 empresas importando derivados e a gasolina e diesel são os mais caros do mundo. “O presidente, ao invés de colocar a mão e tentar resolver o problema, fica trocando o presidente da Petrobras e o ministro de Minas e Energia. Na verdade, ele não sabe o que está fazendo neste país”.

Constituição, Bíblia e Direitos Humanos

Lula voltou a dizer que é preciso buscar soluções para os problemas sociais do Brasil e que isso nada mais é do que cumprir o que determinam a Constituição, a Bíblia e a Declaração de Direitos Humanos.

O ex-presidente disse que os governos petistas mostraram que é possível melhorar a vida das pessoas e citou como exemplo a valorização do salário mínimo em 74%, a decisão de comprar alimento da agricultura familiar para a merenda escolar e a inserção de pobres e negros da periferia na universidade.

“Nesse país nunca se levou a sério a oferta da educação para os de baixo. Somos um país com dívida com a educação”, disse, acrescentando que isso é fruto de uma elite escravista, que nunca levou a sério a educação do povo humilde e trabalhador.

Lula afirmou que, se as pessoas tiverem uma causa, vão à luta e não param nunca. “A gente tem uma causa e minha causa são vocês. Quero que sejam tratados com respeito. O que meus filhos comem, quero que os filhos de vocês comam; se eu tenho direito de ter um carro, todo trabalhador tem direito, se tenho direito a férias, todos têm, se tenho direito a viajar de avião, todos têm”.

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