Aparecida de Goiânia completa 100 anos e está pronta para voar ainda mais alto
Cidade da região metropolitana da capital chega ao seu centenário atraindo ainda mais investimentos. Até 2025, entra em operação no município o maior polo aeronáutico do Centro-Oeste
Moradia de mais de 600 mil pessoas, Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital, entra nesta quarta-feira, 11 de maio, para um seleto grupo de cidades brasileiras com 100 anos. O município chega ao seu centenário num contexto de grande crescimento econômico e social. Nas duas últimas décadas, a população da cidade registrou um aumento de 79%, saltando de 336.392 habitantes, em 2000, para os atuais 601.844 moradores de hoje, segundo estimativa feita em 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento também mostra um gigantesco salto econômico. Segundo o mesmo IBGE, só entre 2010 e 2018, Aparecida registrou um crescimento de 122% em seu PIB, atingindo o valor de R$ 14,4 bilhões, o terceiro maior de Goiás e um dos 20 maiores da região Centro-Oeste. Em 2017, por exemplo, o município foi o segundo que mais gerou empregos formais no Brasil, com saldo de 4.342 novos postos de trabalho criados naquele ano, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Aparecida de Goiânia também chega ao seu centenário deixando de vez o estigma que carregava até o começo dos anos 2000: o de ser uma cidade dormitório. Hoje, o seu perfil econômico voltado para indústria se consolidou e a cidade já alça voos maiores. Aproveitando sua privilegiada localização geográfica, no coração do Brasil, até o ano de 2025 a cidade contará com o maior polo aeronáutico privado, que é quando deve entrar em operação o Antares Polo Aeronáutico. Capitaneado pelas empresas goianas Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e a RC Bastos Participações, o empreendimento contará com investimentos da ordem de R$ 100 milhões e ocupará uma área de 209 hectares.
Demanda da aviação
A moderna pista de pouso, que já começou a ser construída, promete absorver grande parte dos mais de 63 mil pousos e decolagens da chamada aviação geral ou executiva, realizados por ano no Centro-Oeste. De acordo com Marcos Bernardo Campos, um dos sócio-empreendedores, o Antares será um polo que atenderá toda a demanda da chamada aviação geral, que passa por operações ligadas aos serviços de táxi-aéreo, aviação agrícola, logística área para o E-commerce, atendimento aeromédico, aviação regional e aviação executiva privada. “Também estaremos aptos a receber empresas de manutenção aeronáutica e para formação de pilotos”, completa Marcos Bernardo.
Entre obras e o início de suas operações em 2024, o Antares Polo Aeronáutico irá gerar mais de três mil postos de trabalho, a maioria ligados à aviação civil. “Porém, estimamos que o número de empregos indiretos seja ainda maior, porque além de toda a sua infraestrutura operacional, o Antares irá atrair uma enorme infraestrutura de apoio o que envolve hotéis, restaurantes e indústrias, em especial aquelas ligadas à manutenção aeronáutica”, acrescenta Marcos Bernardo.
Podendo receber aviões até do porte de um Boing 737 800, o Antares promete ser um marco na infraestrutura portuária do País. “Seremos um polo aeronáutico que conseguirá atender a várias demandas do mercado da aviação executiva no Brasil. E para garantir isso, recentemente promovemos algumas importantes melhorias no projeto. Como em relação à nossa pista de pouso e decolagens de 1,8 quilômetro de extensão e que passa a prever uma largura de 45 metros de largura, ao invés de 30 m. Também mudamos o PCN, que é o Número de Classificação do Pavimento, que passa de 30 para 43. Esse é um cálculo que avalia a condição estrutural das pistas de pouso e decolagem em aeroportos, para assegurar a integridade da pista e segurança operacional das aeronaves, inclusive as de grande porte, como os Boings 737 800”, explica Rodrigo Neiva, diretor comercial e também um dos sócios-empreendedores.
Localização única
Ao falar sobre o porquê da escolha de Aparecida de Goiânia para receber o empreendimento, o empresário e também sócio-empreendedor Paulo Roberto Costa explica que a cidade converge todas as potencialidades que um projeto como o Antares requer. Segundo ele, o potencial logístico do município está não só na sua localização central em relação a um mercado global, mas também na qualidade de sua infraestrutura.
“Aparecida é um município altamente industrializado e está no coração do País. É um polo que está sendo construído próximo a dois aeroportos internacionais, o de Brasília e o de Goiânia. Também teremos acesso fácil com modais de transporte rodoviários e ferroviários. Portanto, será um empreendimento que irá agregar significativamente à economia goiana, e irá consolidar a vocação de Aparecida para ser uma smartcity”, destaca Paulo Roberto.
Outro diferencial logístico de Aparecida é o fato da cidade ser cortada pela sexta maior rodovia do País, a BR 153, que é hoje a principal ligação rodoviária entre o Meio-Norte do Brasil e o Centro-Sul, o que a torna um importante canal de escoamento da produção, além de principal rota para algumas regiões turísticas, como Caldas Novas.
“A localização privilegiada de Aparecida faz com que estejamos, por exemplo, a 2 mil quilômetros de capitais como Belém (no Norte) e Porto Alegre (no Sul). E mais próximo ainda a cidades litorâneas como Salvador, distante cerca de 1,5 mil quilômetro; ou Rio de Janeiro, a pouco mais de 1,2 mil; ou então e a menos de mil quilômetros de distância de São Paulo, o maior centro de consumo do País”, lembra. Aparecida de Goiânia está também a 73 quilômetros de Anápolis, município goiano cortado pela ferrovia Norte-Sul, infraestrutura ferroviária com um total de 1.537 quilômetros, que já está em operação.